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Mediadores reúnem-se com Israel para "construir pontes" para trégua

Responsáveis das delegações mediadoras do Egito, dos Estados Unidos e do Qatar vão reunir-se na quarta-feira com a parte israelita para procurar "construir pontes" e colmatar as lacunas que dificultam um acordo de cessar-fogo em Gaza, foi hoje divulgado.

Mediadores reúnem-se com Israel para "construir pontes" para trégua
Notícias ao Minuto

17:01 - 20/08/24 por Lusa

Mundo Médio Oriente

A reunião decorrerá na quarta-feira na capital egípcia e existe a possibilidade de "continuar as reuniões no Cairo na quinta e sexta-feira", disse à agência espanhola EFE uma fonte ligada às negociações, que pediu anonimato devido à sensibilidade do assunto.

 

Segundo a mesma fonte, as negociações podem ser prolongadas, depois de o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, "ter introduzido dois novos obstáculos", ao querer manter o controlo do Corredor de Netzarim, no centro da Faixa de Gaza, e do Corredor de Filadélfia, na fronteira entre o enclave palestiniano e o Egito, novas exigências que o grupo islamita Hamas rejeita.

A exigência de Israel de controlo permanente sobre estes dois eixos estratégicos em Gaza ameaça fazer cair por terra as conversações de cessar-fogo destinadas a pôr termo à guerra que dura há mais de dez meses, a garantir a libertação de dezenas de reféns e a evitar o desencadear de uma guerra regional mais vasta.

Concretamente, segundo indicou a fonte citada pela EFE, "Israel quer uma presença militar permanente no eixo Salah al-Din [Corredor de Filadélfia] ao longo da fronteira entre Gaza e o Egito, e no eixo central [Corredor de Netzarim], que separa o norte e o sul de Gaza".

"A delegação israelita que participa nas negociações considera que o controlo da zona fronteiriça com o Egito é necessário para evitar que o Hamas reabasteça o seu arsenal de armas através de túneis de contrabando", acrescentou, referindo-se à insistência de Israel em manter o controlo dos dois eixos.

Outra razão para a insistência da delegação israelita em manter o controlo nestas zonas é que "Israel precisa de impedir que os combatentes do Hamas regressem ao norte da Faixa de Gaza, que está em grande parte isolada desde outubro", segundo a fonte.

O Hamas rejeitou estas exigências, que "não constavam das versões anteriores da proposta de cessar-fogo", disse a fonte.

Além disso, frisou, o grupo palestiniano considera que "qualquer presença israelita permanente em Gaza equivaleria a uma ocupação militar".

O Egito, que desempenhou o principal papel de mediador nas negociações que duraram meses, também se opõe fortemente a uma presença israelita do outro lado da sua fronteira com Gaza.

O Presidente egípcio, Abdel Fattah el-Sisi, disse hoje ao secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, durante um encontro no Cairo, que "chegou o momento de pôr fim à guerra em curso, de apelar à voz da razão e da sensatez", depois de o Hamas ter manifestado a sua frustração com a última proposta de trégua.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

Leia Também: Netanyahu reitera que eventual cessar-fogo em Gaza será temporário

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