Parlamento iraniano aprova todos os ministros propostos por Pezeshkian

O Parlamento iraniano deu hoje o seu voto de confiança a todos os ministros propostos pelo Presidente do Irão, o reformista Masud Pezeshkian, para um governo de unidade nacional com figuras conservadoras e moderadas.

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© Majid Saeedi/Getty Images

Lusa
21/08/2024 14:27 ‧ 21/08/2024 por Lusa

Mundo

Masud Pezeshkian

Antes da votação, Pezeshkian apelou mais uma vez à "unidade nacional" e assegurou que o líder supremo do Irão, Ali Khamenei, tinha dado a sua aprovação ao seu Gabinete, divulgaram os meios de comunicação iranianos, como a Press TV.

 

Os 285 parlamentares presentes -- de um total de 290 -- aprovaram com larga maioria os 19 ministros de Pezeshkian, eleito chefe de Estado em 05 de julho na segunda volta das presidenciais realizadas após a morte do antigo Presidente Ebrahim Raisi num acidente de avião.

Oito dos 19 ministros são conservadores, o que provocou críticas entre o setor reformista, ao qual pertence o próprio Pezeshkian, e os eleitores, que esperavam mais mudanças.

Entre as nomeações, destaca-se o novo chefe da diplomacia do país, Abbas Araqchi, que recebeu o apoio de 247 dos 285 parlamentares.

Araqchi tem uma extensa carreira diplomática desde que foi vice-ministro dos Negócios Estrangeiros durante o governo do ex-presidente Hassan Rohani (2013-2021), período em que foi também o principal negociador do acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano entre Teerão e as potências mundiais.

Com fama de duro, mas ao mesmo tempo calmo, o diplomata de 61 anos tem o desafio de conseguir uma aproximação aos países ocidentais e tentar reanimar o acordo nuclear de 2015 e levantar as sanções contra o seu país, como prometeu o Presidente iraniano durante a sua campanha eleitoral.

Ao mesmo tempo, Araqchi chega ao poder num momento de enormes tensões no Médio Oriente e à espera da resposta iraniana a Israel pelo assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerão, precisamente durante a tomada de posse de Pezeshkian.

Outro dos cargos-chave na República Islâmica é o de ministro dos Serviços de Informações, para o qual Pezeshkian propôs manter Esmail Khatib, titular da pasta durante a presidência do falecido Raisi.

Uma das nomeações mais controversas foi a do ministro do Interior, brigadeiro-general Eskandar Momeni, membro da Guarda Revolucionária e defensor da campanha para a imposição do véu islâmico, o que parece contradizer Pezeshkian, que durante a sua campanha eleitoral prometeu relaxar o rígido código de vestimenta.

A única ministra é Farzaneh Sadegh, que aos 47 anos será responsável pela Habitação e Estradas, tornando-se assim a segunda mulher a chefiar um ministério na história da República Islâmica, fundada em 1979, e a primeira em mais de uma década.

Os presidentes iranianos nomearam várias mulheres como vice-presidentes ao longo dos anos, um cargo que não requer aprovação parlamentar. O próprio Pezeshkian nomeou Zahra Behrouz Azar como vice-presidente para as mulheres e assuntos familiares.

Uma vez aprovado o Conselho de Ministros, Pezeshkian enfrenta agora o desafio de governar o país quando há grandes tensões nacionais e internacionais, como o descontentamento da população devido à falta de liberdades e à má situação económica, o conflito em Gaza, e o mau relacionamento com o Ocidente e a Europa devido ao seu apoio à Rússia.

Leia Também: Líder supremo do Irão ratifica Masud Pezeshkian como novo presidente

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