Novo governo interino da Bulgária tomou posse e vai organizar eleições

O novo governo interino da Bulgária, liderado pelo primeiro-ministro conservador Dimitar Glavtchev, tomou posse hoje com o objetivo de gerir o país até às eleições antecipadas de 27 de outubro, a sétima votação em três anos e meio.

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© Hristo Vladev/NurPhoto via Getty Images

Lusa
27/08/2024 12:27 ‧ 27/08/2024 por Lusa

Mundo

Dimitar Glavtchev

Os membros do executivo interino, o segundo liderado por Glavchev desde abril, tomaram posse na manhã de hoje no Parlamento numa sessão extraordinária transmitida em direto pela televisão, pouco depois de o Presidente do país, Rumen Radev, ter assinado o decreto correspondente às suas nomeações.

 

Comparativamente ao seu anterior gabinete, o primeiro-ministro introduziu apenas três alterações: o diplomata Ivan Kondov, antigo embaixador da Bulgária em Espanha, é o novo ministro dos Negócios Estrangeiros, enquanto Atanas Ilkov e Krasimira Stoyanova assumem os ministérios do Interior e dos Transportes, respetivamente.

O principal objetivo da equipa é organizar e garantir a realização de eleições justas e livres.

No início da sessão na Assembleia Nacional, Radev alertou para o risco de corrupção no processo eleitoral e destacou o importante papel que o Ministério do Interior deve desempenhar para evitar a compra de votos.

"Esse horrível fenómeno distorce o voto dos cidadãos e permite às pessoas envolvidas a oportunidade de entrar no Parlamento, ganhar poder institucional e decidir o destino dos búlgaros. Isso [compra de votos] destrói o sistema político", declarou o Presidente búlgaro.

O novo apelo às urnas, também oficializada hoje por outro decreto presidencial, tornou-se necessário após terem falhado três tentativas de formar um novo Governo desde as eleições de 09 de junho, realizadas em conjunto com as eleições europeias.

A incapacidade de chegar a um consenso, num Parlamento fragmentado, tornou impossível ao partido de centro-direita GERB, vencedor das eleições de 09 de junho com 68 dos 240 lugares na Câmara dos Deputados, formar uma maioria no legislativo.

O mesmo aconteceu com a coligação pró-europeia Mudança Continua/Bulgária Democrática (39 deputados), assim como com a formação populista Existe Tal Povo (ITN, com 16 deputados).

Uma abstenção recorde de quase 70% e a entrada no Parlamento de um recém-criado partido ultranacionalista pró-Rússia foram, nas eleições de junho passado, os principais efeitos do cansaço dos búlgaros com a incapacidade dos principais partidos em ultrapassar o bloqueio político prolongado.

O país mais pobre da União Europeia (UE) está imerso numa crise institucional desde a primavera de 2021, quando o GERB se demitiu após protestos massivos dos cidadãos contra a corrupção das elites políticas.

Desde então, realizaram-se seis eleições legislativas, mas estas produziram apenas dois governos de curta duração, assim durante a maior parte deste período, o país, considerado um dos mais corruptos dos Vinte e Sete, foi governado por Executivos interinos.

A instabilidade política, cujo fim não está à vista, ameaça as ambições da Bulgária de aderir plenamente à área de livre circulação Schengen, na sequência da abolição, em março, dos controlos nas fronteiras aéreas e marítimas, e de se integrar na zona euro, objetivo que estaria previsto para o próximo dia 01 de janeiro.

Leia Também: Bulgária vai realizar eleições legislativas antecipadas em 27 de outubro

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