Durante a noite passada, o exército israelita lançou uma "operação antiterrorista" de rara envergadura em várias cidades e campos de refugiados no norte da Cisjordânia, território palestiniano ocupado pelo exército israelita desde 1967.
O exército anunciou ter "eliminado nove terroristas armados", enquanto o Crescente Vermelho palestiniano contabilizou dez palestinianos mortos.
Em Riade, o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman tinha reafirmado a Abbas o "apoio constante" do rico e influente reino árabe a uma "paz justa" entre os palestinianos e Israel, noticiou a agência oficial saudita SPA.
O primeiro-ministro e governante de facto da Arábia Saudita recebeu Abbas em Riade na noite passada para discutir "a escalada militar em Gaza e arredores", numa altura em que o presidente palestiniano procurava reunir apoio para a sua intenção de visitar a Faixa de Gaza.
"Sua Alteza sublinhou que o reino continuará a envidar esforços e a comunicar com todas as partes internacionais e regionais para pôr termo à escalada", segundo a SPA.
A visita de Abbas à Arábia Saudita surgiu depois de ter pedido formalmente ao secretário-geral da ONU, António Guterres, através de uma carta, para visitar Gaza, território controlado pelo grupo islamita Hamas desde 2007 e onde está em curso uma guerra com Israel desde 07 de outubro de 2023.
Abbas não tem poder executivo no território, uma vez que a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) governa apenas na Cisjordânia, mas não em Gaza, desde que o Hamas impôs o seu controlo em 2007.
A Arábia Saudita, um aliado próximo dos Estados Unidos e um dos principais apoiantes políticos e económicos da ANP, condiciona as relações diplomáticas com Israel ao compromisso deste país com a criação de um Estado palestiniano independente nos territórios palestinianos ocupados pelo Estado judeu em 1967, com Jerusalém Oriental como capital.
O grupo islamita palestiniano Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de 'rockets' e a incursão de milicianos armados, que causou a morte de mais de 1.140 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da agência de notícias AFP, baseada em números oficiais israelitas.
Cerca de 240 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza, segundo as autoridades israelitas. Destas, perto de 100 foram libertadas no final de novembro, durante uma trégua em troca de prisioneiros palestinianos, e 105 reféns continuam detidos no território palestiniano, 34 dos quais terão morrido.
Desde 07 de outubro, operações militares israelitas e ataques de colonos israelitas deixaram mais de 630 palestinianos mortos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Em resposta ao ataque de outubro, Israel declarou guerra ao Hamas, que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo e impondo um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
A campanha militar israelita fez 40.534 mortos depois de 58 pessoas terem perdido a vida no último dia, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
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