"O novo governo deve usar a oportunidade de um novo mandato para implementar reformas ousadas e lidar com desafios antigos e fazer a economia atingir o seu potencial total; isso pode relançar a economia, tirando-a de um caminho de fraco crescimento, elevada dívida e deterioração dos padrões de vida, rumo a um crescimento elevado, sustentabilidade orçamental e prosperidade partilhada", diz o Fundo na avaliação ao programa de ajustamento financeiro.
O Fundo considera que o país, o mais industrializado da África subsaariana, tem suficiente capacidade financeira para pagar os compromissos financeiros.
Na nota, o FMI prevê que a economia do país cresça 1% este ano, depois de ter registado uma expansão de 0,7%, num contexto de frequentes cortes generalizados de energia e perturbações no funcionamento dos portos e caminhos de ferro, e com a taxa de desemprego acima dos 30%.
Nas eleições de maio, o Congresso Nacional Africano (ANC) perdeu a maioria parlamentar e formou um governo de unidade nacional com o principal partido da oposição, a Aliança Democrática, e nove outros partidos, fazendo o país entrar em território político desconhecido, já que o ANC governou sempre a África do Sul desde o fim do período segregacionista.
O governo, escreve o FMI, deve implementar "reformas estruturais e orçamentais, complementadas por uma política monetária e financeira prudentes, alargando a atual agenda de reformas para incluir mais ambição e uma aceleração da implementação para colocar a economia numa trajetória de crescimento permanentemente mais elevada e mais inclusiva".
Para além do crescimento de 1% este ano, o FMI prevê uma estabilização da expansão económica em torno dos 1,4% a médio prazo devido à "melhoria apenas gradual dos constrangimentos estruturais".
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