Moscovo aumentou nas últimas semanas os ataques com mísseis balísticos na Ucrânia, que têm causado um elevado número de mortos, enquanto Kyiv tem apelado aos aliados ocidentais para cederem, com urgência, mais sistemas de defesa aérea.
"Este é um dia difícil para a região. O número de feridos em Pavlogrado subiu para 64", destacou o governador da região, Serguii Lysak.
Cinco menores estão entre os feridos, incluindo uma menina de nove anos e dois rapazes de quatro e onze anos, acrescentou.
Anteriormente já tinha sido relatada uma morte devido a este ataque, noticiou a agência France-Presse (AFP).
Estes disparos provocaram incêndios nesta cidade da região de Dnipropetrovsk e danificaram "várias empresas" e mais de 30 edifícios habitacionais, bem como lojas e um jardim de infância, acrescentou Lyssak.
Segundo a Força Aérea ucraniana, a vaga de mísseis russos que atingiu Pavlogrado era constituída por cinco mísseis balísticos Iskander.
Esta cidade, regularmente alvo de ataques, alberga uma fábrica que produz explosivos.
Pavlogrado situa-se a cerca de cem quilómetros da frente de combate e tinha cerca de 100 mil habitantes antes da invasão russa, em fevereiro de 2022.
As imagens do ataque divulgadas pelo Ministério do Interior ucraniano mostram um edifício residencial com danos significativos e moradores a serem retirados pelas equipas de resgate.
É visível também fumo negro e espesso a escapar de diversas janelas com vidros partidos e, na frente do edifício, pedaços de árvores e ramos espalhados pelo chão.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
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