Na cidade com cerca de 10 mil habitantes, no noroeste da Papua Nova-Guiné, Francisco foi recebido por perto de 20 mil pessoas, que se juntaram em frente à Igreja de Santa Cruz de Vanimo, e muitas das quais viajaram durante vários dias para se encontrarem com o líder da Igreja Católica.
Numa visita histórica, o Papa pediu o fim de "comportamentos destrutivos, como a violência, a infidelidade, a exploração, o consumo de álcool e drogas", e apelou ao fim das rivalidades tribais.
Fazendo a comparação com uma orquestra, apelou a que todos os membros da comunidade se juntem de forma harmoniosa para ultrapassar rivalidades e, assim, "expulsar o medo, a superstição e a magia do coração das pessoas".
"Não esqueçamos: o amor é mais forte que tudo isto e a sua beleza pode curar o mundo, porque tem as suas raízes em Deus", sublinhou.
Depois de presidir a uma missa ao ar livre perante cerca de 35.000 fiéis, em Port Moresby, capital da Papua-Nova Guiné, no início da manhã, Francisco viajou até Vanimo a bordo de um avião do exército australiano, onde levou várias toneladas de equipamento médico, roupas e brinquedos para crianças.
No seu discurso, prestou homenagem à "terra magnifica, rica numa grande variedade de plantas e pássaros, diante da qual ficamos sem palavras perante as cores, os sons, os perfumes, o grandioso espetáculo de uma natureza transbordante de vida".
Além das paisagens paradisíacas, o Papa pediu à multidão que mostre o seu melhor tesouro, que se encontra "nos seus corações e manifesta-se na caridade com que se amam.
"Este é o presente mais valioso que vocês podem compartilhar e dar a conhecer a todos, tornando a Papua Nova-Guiné famosa não só pela sua variedade de flora e fauna, pelas suas praias encantadores e pelo seu mar cristalino, mas também, e sobretudo, pelas boas pessoas que estão aqui".
O pontífice agradeceu também aos missionários que passaram pelo território desde o início do século XIX, entre eles, muitos conhecidos da sua terra natal, a Argentina, que reencontrou em Vanimo.
No início da cerimónia, Francisco foi presenteado com um chapéu tradicional feito à mão por uma das tribos e assistiu a uma dança tradicional por membros de uma tribo da província local de Sandaun.
No final do encontro, o Papa entregou a Rosa de Ouro à Diocese de Vanimo, num gesto de devoção mariana que foi seguido pela Oração de Consagração a Maria Tok Pisin.
Francisco é o primeiro papa a visitar a ex-colónia australiana desde João Paulo II, que atraiu multidões em 1984 e 1995.
Cerca de 98% da população é cristã, dos quais 25% são católicos. Mas estes números não refletem a diversidade de crenças e costumes deste país com mais de 850 grupos etnolinguísticos.
Depois da Papua-Nova Guiné, o Papa Francisco chega a Timor-Leste na segunda-feira, para uma visita de três dias.
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