A França está "particularmente empenhada na relação excecional que a liga à Argélia, em todos os domínios, quer se trate da memória, da economia, da mobilidade entre os nossos dois países, da cooperação educativa e cultural, mas também da segurança e da luta contra o terrorismo", salientou Macron, em comunicado.
No entanto, os dois países voltaram a estar em desacordo desde o anúncio do apoio de Paris ao projeto marroquino de autonomia do Sara Ocidental, que levou Argel a retirar o embaixador em França, a 30 de julho.
O Sara Ocidental, uma antiga colónia espanhola, é controlado de facto, na maior parte, por Marrocos. Mas é reivindicado pelos independentistas sarauís da Frente Polisário, que pedem um referendo de autodeterminação e são apoiados por Argel.
"Com base nos laços de amizade que unem a França e a Argélia, o Presidente francês pretende prosseguir resolutamente com o Presidente Tebboune o ambicioso trabalho iniciado" em Argel, em agosto de 2022, para "renovar a parceria bilateral", continuou o Palácio do Eliseu.
O Presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, venceu as eleições presidenciais de sábado com 94% dos votos, renovando o mandato à frente da nação do norte de África, anunciou a autoridade eleitoral independente argelina.
"Na cena regional e internacional, o diálogo entre os nossos dois países é vital, particularmente no contexto da presença da Argélia no Conselho de Segurança das Nações Unidas", acrescentou a Presidência francesa.
Neste contexto, "a França continuará a estar ao lado da Argélia e do povo argelino no respeito e na amizade que regem as relações" bilaterais, concluiu na mesma nota.
As relações entre Paris e Argel têm sido marcadas, nos últimos anos, por frequentes desentendimentos, apesar da aproximação entre os dois Presidentes.
A tumultuosa relação bilateral já tinha sofrido um sério golpe no outono de 2021, quando Macron descreveu o regime argelino como um "sistema político-militar construído sobre a memória alugada".
Em fevereiro de 2023, as relações sofreram um novo golpe quando Argel chamou o embaixador em França para consultas, depois de Amira Bouraoui, uma ativista do movimento pró-democracia Hirak, ter fugido da Argélia através da Tunísia.
A Argélia foi colonizada pela França desde 1830 até à independência, após uma guerra sangrenta que durou oito anos (1954-1962). A questão da memória é um dos temas mais sensíveis da relação.
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