De acordo com a Rede de Médicos Sudaneses, citada pela agência espanhola de notícias, a EFE, "21 pessoas foram mortas e mais de 70 ficaram feridas na sequência de disparos de artilharia efetuados pelas RSF num mercado movimentado de Sennar", uma ação descrita por esta organização não-governamental como um "massacre contra civis indefesos".
No comunicado, os médicos dizem que o ataque "visou a concentração de cidadãos" nesta cidade sudanesa que nos últimos meses tem sido palco de alguns dos piores combates entre o exército sudanês e as forças paramilitares, que retomaram grande parte do controlo desta região estratégica do sudeste.
A Rede de Médicos Sudaneses apelou aos organismos internacionais para que tomem medidas contra as partes beligerantes, a fim de pôr termo aos ataques contra civis, depois de um relatório da missão de investigação da ONU ter acusado tanto o exército como as RSF de cometerem crimes de guerra.
Há meses que os paramilitares sitiam Sennar, capital do Estado com o mesmo nome, uma cidade estratégica devido ao seu terreno e à sua ligação à capital, Cartum.
A guerra eclodiu a 15 de abril de 2023 e obrigou mais de 10,3 milhões de pessoas a fugir das suas casas, o que transformou o Sudão no cenário da pior crise migratória do planeta, com mais de metade da população em situação de fome.
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