Sam disse que conseguiu o apoio escrito de 383 dos 400 membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE). Este órgão irá escolher em 13 de outubro o novo líder do Governo de Macau, que será mais tarde nomeado formalmente por Pequim.
Os candidatos têm de obter o apoio escrito de pelo menos 66 membros da CECE e cada membro apenas pode apoiar um candidato, pelo que legalmente não será possível a apresentação de um segundo candidato até ao final do prazo, na quarta-feira.
Ainda assim, Sam prometeu que durante a campanha vai "continuar a contactar os membros da Comissão Eleitoral", para "tentar obter o maior apoio possível, com diferentes comunidades e setores, através de diálogo e comunicação, para perceber melhor as suas necessidades e opiniões".
"Inclusive aqueles membros que não me apoiaram, vou continuar a comunicar com eles", garantiu o candidato.
Os membros da CECE são provenientes dos quatro setores da sociedade como definidos pela Lei Básica (a "miniconstituição" de Macau): industrial, comercial e financeiro; cultural, educacional, profissional; trabalho, serviços sociais e religião; e, por fim, político.
Além da comissão, Sam sublinhou que "o diálogo direto [com a população] é muito importante" e prometeu "continuar a comunicar com diferentes comunidades, inclusive com a comunidade macaense, numa "altura muito importante para novas políticas".
Os macaenses são uma comunidade euro-asiática, composta sobretudo por lusodescendentes, com raízes em Macau.
O candidato apresentou também, esta manhã (hora local), "uma declaração sincera", na qual consta que defende a Lei Básica e é fiel à China e à Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).
Este requisito consta da nova lei eleitoral, aprovada em 2023, e que, de acordo com o Governo, pretende "dar mais um passo na implementação do princípio 'Macau governado por patriotas'".
Compete depois à Comissão de Defesa da Segurança do Estado de Macau "determinar se os participantes defendem a Lei Básica e são fiéis" a Macau, "bem como emitir parecer vinculativo".
A ser eleito, Sam será o primeiro chefe do Executivo a falar português.
Nascido em maio de 1962 em Zhongshan, na vizinha província chinesa de Guangdong, Sam completou a licenciatura em Direito pela Universidade de Pequim, tendo frequentado posteriormente os cursos de Direito e de Língua e Cultura Portuguesa da Universidade de Coimbra.
O mandato do atual líder do Governo, Ho Iat Seng, termina em 19 de dezembro, estando prevista a cerimónia de posse do novo chefe do Executivo em 20 de dezembro, o 25.º aniversário da constituição da RAEM, na sequência da transferência da administração de Macau, de Portugal para a China.
Leia Também: Macau cancela sinais de alerta de tufão