Israel diz ter matado comandante de último batalhão do Hamas em Rafah
O Exército israelita anunciou hoje ter matado há várias semanas Mahmud Hamdan, comandante do último batalhão do movimento islamita palestiniano Hamas na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, num ataque com um 'drone' (aeronave não-tripulada).
© Amir Levy/Getty Images
Mundo Israel/Palestina
"Ele desempenhou um papel importante no planeamento da invasão a Israel a 07 de outubro e elaborou os seus planos na cidade de Rafah antes da entrada das tropas", indicou o Exército num comunicado.
A nota refere também que, em "ataques adicionais", as tropas mataram outras altas patentes do batalhão, responsável pela zona de Tal al-Sultan em Rafah, juntamente com dezenas de combatentes das milícias.
A 21 de agosto último, o Exército já tinha reivindicado ter eliminado a brigada de Rafah, cuja existência serviu, em maio, de justificação para a invasão terrestre pelas suas tropas da cidade fronteiriça com o Egito.
Tal ofensiva foi duramente criticada pela comunidade internacional, por ter obrigado à fuga de mais de um milhão de palestinianos deslocados, muitos dos quais vivem agora em tendas, amontoados na "zona humanitária" ao longo da costa, que Israel voltou hoje a bombardear.
Hoje, o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, reiterou que o Exército está "perto de concluir" os seus objetivos na Faixa de Gaza e se concentrará, em seguida, em combater o grupo xiita libanês Hezbollah e garantir a segurança na fronteira norte.
"O centro de gravidade está a deslocar-se para norte, estamos perto de concluir a nossa missão no sul, mas aqui [no norte] temos uma tarefa que ainda não completámos (...): mudar a situação de segurança e [assegurar] o regresso dos residentes às suas casas", disse Gallant às tropas no norte do território israelita.
O ministro conversou com alguns militares destacados junto à fronteira com o Líbano, enquanto estes realizavam uma simulação de ofensiva terrestre do país vizinho, noticiou o diário The Times of Israel.
"As ordens de que estão à espera, eu dei-as no sul e vi as forças a trabalhar", acrescentou Gallant, referindo-se à ofensiva terrestre israelita iniciada há meses na Faixa de Gaza, mas ainda não no Líbano.
"Chegarei aqui e vocês têm de estar prontos e preparados para levar a cabo esta missão. Estamos a acabar de treinar toda a ordem da batalha para uma operação terrestre [no Líbano], em todos os aspetos", reiterou o ministro da Defesa israelita, assegurando estar a falar a sério.
As tensões na região do Médio Oriente aumentaram na sequência do ataque de 07 de outubro do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) a Israel. Na sequência dessa ofensiva, que fez 1.194 mortos, na maioria civis, e 251 reféns, o Exército israelita iniciou uma guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza que já fez mais de 41.000 mortos e cerca de 95.000 feridos.
A partir do Líbano, o Hezbollah juntou-se aos ataques contra Israel, em solidariedade com a população palestiniana, abrindo assim uma segunda frente de batalha para Israel, na sua fronteira norte.
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