"O nome de Putin é utilizado, digamos, como um dos instrumentos da luta política interna nos Estados Unidos. Não gostamos nada disto. Esperamos que deixem o nome do nosso Presidente em paz", declarou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, durante a sua conferência de imprensa telefónica diária.

Peskov disse que não acompanhou o debate presidencial entre a candidata democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump devido à diferença horária, mas ficou impressionado com o facto de ambos terem mencionado a Rússia durante as suas intervenções.

"A posição é bastante clara. Os Estados Unidos no seu todo, independentemente do partido a que pertencem os candidatos, mantêm uma atitude negativa e hostil em relação ao nosso país", afirmou Peskov.

No entanto, o porta-voz sublinhou que são os eleitores norte-americanos que devem avaliar os seus candidatos, uma vez que a Rússia tem "os seus próprios problemas".

Ao mesmo tempo, negou que, como afirmou Trump no debate, um único telefonema resolveria o conflito na Ucrânia.

"Não, um telefonema como este não poderia de forma alguma colocar fim a isto [a guerra na Ucrânia]. Já dissemos em diversas ocasiões que o ponto final seria, em grande parte, quando os Estados Unidos renunciassem à sua política de usar a Ucrânia como material descartável na sua tentativa de reprimir tudo que está relacionado com a Rússia", disse.

"A renúncia a esta posição pode, em grande medida, colocar um ponto final" ao conflito, indicou Peskov.

Entretanto, Harris garantiu na terça-feira que, se dependesse de Donald Trump, "Putin estaria em Kiev com os olhos postos no resto da Europa, a começar pela Polónia".

Há uma semana, Putin disse ironicamente que o Kremlin havia apoiado anteriormente o atual Presidente dos EUA, Joe Biden, na sua reeleição contra Trump e que, agora, fará o mesmo com Harris.

"Eu disse que o nosso favorito, se é que se pode dizer isso, era o atual Presidente, o senhor Biden", afirmou Putin.

O Presidente russo sublinhou que a atual Vice-Presidente norte-americana "ri de forma tão expressiva e contagiante, que isso diz que tudo está a correr bem para ela".

Putin manifestou-se confiante que a atual Vice-Presidente norte-americana, no caso de vitória, não imporá à Rússia as mesmas sanções que o seu rival, quando chefiou a Casa Branca entre 2016 e 2020.

"Trump impôs mais sanções contra a Rússia do que qualquer outro Presidente antes dele. E se tudo correr bem para Harris, é possível que se abstenha de tais ações", afirmou Putin.

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