Mali. Militares no poder suspendem televisão TV5 Monde por três meses

A junta militar no poder no Mali suspendeu por três meses a atividade da estação de televisão de língua francesa TV5 Monde por "falta de equilíbrio" no tratamento de uma notícia.

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Lusa
11/09/2024 17:02 ‧ 11/09/2024 por Lusa

Mundo

Mali

A Alta Autoridade para a Comunicação (HAC) criticou a TV5 Monde por ter noticiado, no noticiário África, muito seguido no país, a morte de pelo menos 15 civis em ataques em Tinzaouatène (norte) sem ter em conta a versão do exército maliano, segundo uma decisão divulgada hoje pela agência de notícias francesa AFP.

 

Em 2022, os militares que derrubaram o Presidente civil do país, Ibrahim Boubacar Keita, romperam a sua aliança de longa data com a França e os seus parceiros europeus para se apoiarem militar e politicamente em Moscovo.

Desde então, suspenderam os meios de comunicação social franceses France 24 e Radio France Internationale (RFI), quase seguidos. A France 2 foi também suspensa no início de 2024, antes de a LCI sofrer o mesmo destino no final de agosto.

Os correspondentes de vários meios de comunicação social estrangeiros foram obrigados a abandonar o país, a exilarem-se ou a permanecerem em silêncio por não poderem trabalhar.

No plano interno, a junta proibiu igualmente os meios de comunicação social de fazerem a cobertura dos partidos políticos em abril, o que suscitou reações internacionais e numerosos comentários nas redes sociais, apesar de a oposição estar largamente silenciada no Mali.

No Burkina Faso e no Níger, vizinhos do Mali, os militares também tomaram o poder pela força, em 2022 e 2023, e adotaram medidas contra a imprensa estrangeira.

A TV5 Monde, que tem por objetivo promover a cultura e a criatividade francesas, é o operador oficial da Organização Internacional da Francofonia (OIF). O seu capital é partilhado entre empresas públicas de radiodifusão francesas (incluindo a France Télévisions), belgas, suíças, canadianas e do Quebeque.

Leia Também: Há "centenas de milhares" de crianças desalojadas em África pelas inundações

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