Biden e Starmer abordam pedido de Kyiv para usar mísseis contra Rússia

O Presidente norte-americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, reafirmaram hoje o seu apoio à Ucrânia numa reunião em Washington, mas sem adiantar se autorizarão Kyiv a usar mísseis de longo alcance contra o território russo.

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Lusa
13/09/2024 23:32 ‧ 13/09/2024 por Lusa

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Ucrânia

Os dois líderes compareceram perante a imprensa, na Casa Branca, sentados a uma longa mesa de madeira, rodeados pelos seus conselheiros.

 

Biden foi o primeiro a tomar a palavra para agradecer ao primeiro-ministro pela "liderança" que o Reino Unido demonstrou na guerra da Ucrânia e reiterou que o seu país está "empenhado" em ajudar Kyiv na defesa da "agressão russa".

"É claro que [o Presidente russo, Vladimir] Putin não prevalecerá nesta guerra. O povo da Ucrânia prevalecerá", sublinhou Biden.

Por sua vez, Starmer expressou o seu apoio à Ucrânia "nesta guerra vital pela liberdade" e afirmou que os próximos meses serão "muito importantes" para o curso do conflito.

Horas antes da reunião, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, insistiu mais uma vez que a Ucrânia precisa de atacar alvos militares localizados na Federação Russa para mudar o curso da guerra a seu favor.

Além da Ucrânia, outros aliados no flanco oriental da NATO, como a Polónia, querem que o líder norte-americano permita que Kyiv use mísseis de longo alcance para atacar alvos militares dentro da Rússia, e Biden expressou abertura para fazer algumas mudanças na política que manteve até agora.

A questão é até onde Biden irá e quando poderá anunciar uma mudança.

Até agora, a política do Governo de Biden tem sido apoiar a Ucrânia e, desde o início do conflito, concedeu-lhe mais de 55 mil milhões de dólares (49,6 mil milhões de euros) em armas, mas estabeleceu condições sobre a forma como Kyiv deve utilizar o armamento fornecido pelos Estados Unidos ou que sejam fabricados com componentes norte-americanos para evitar uma escalada com a Rússia.

Estas restrições, no entanto, foram relaxadas ao longo do tempo em algumas ocasiões.

Continuam os entraves em relação aos mísseis de longo alcance, mas em maio Biden autorizou Kyiv, pela primeira vez, a realizar ataques em território russo, especificamente para defender a então sitiada cidade de Kharkiv.

Uma medida possível que Biden poderia tomar é autorizar o uso pela Ucrânia de mísseis britânicos 'Storm Shadow' para atacar alvos fora do seu território. O Reino Unido e a Ucrânia precisariam da aprovação do Presidente dos Estados Unidos, uma vez que alguns componentes destes mísseis são fabricados em solo norte-americano.

Kyiv também quer autorização para usar os mísseis norte-americanos de longo alcance ATACMS, que Washington já enviou para a Ucrânia, contra a Rússia. No entanto, o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, afirmou hoje em conferência de imprensa que Biden não planeia anunciar quaisquer mudanças na política dos Estados Unidos neste momento.

"Não há mudança na nossa visão sobre o fornecimento de capacidades de ataque de longo alcance para a Ucrânia usar dentro da Rússia. Não esperaria nenhum anúncio importante sobre isso", disse.

Um dos maiores receios dos Estados Unidos continua a ser uma escalada com a Rússia. Esta semana, o Presidente russo, Vladimir Putin, alertou que autorizar a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance para atingir alvos em território russo significaria que os membros da NATO, os Estados Unidos e os países europeus estariam em guerra com a Rússia.

Esta questão dos mísseis já foi central na reunião de Zelensky com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, durante a sua visita a Kyiv na quarta-feira.

Além da Ucrânia, os líderes pretendem falar sobre a guerra em Gaza e a competição da China no Indo-Pacífico, já que juntamente com a Austrália formam a aliança estratégica militar AUKUS.

Leia Também: Alemanha mantém recusa de fornecer mísseis de longo alcance a Kyiv

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