Apesar da guerra, Moscovo continuou a transportar gás através da Ucrânia, ao abrigo de um acordo de vários milhares de milhões de euros, que Kyiv anunciou que se recusará a renovar depois de expirar no final do ano.
"A DTEK, a maior empresa privada de energia da Ucrânia, recebeu hoje a sua primeira carga de gás natural liquefeito (GNL) proveniente dos Estados Unidos", declarou a empresa em comunicado.
A empresa confirmou à France Presse que este carregamento de cerca de 100 milhões de metros cúbicos de gás foi a primeira entrega americana à Ucrânia, cuja rede energética foi duramente atingida por várias vagas de bombardeamentos russos.
A DTEK assegurou a entrega do gasoduto depois de o GNL ter sido entregue na sexta-feira num terminal grego de regaseificação no Mediterrâneo.
"Cargas como esta não só fornecem à região uma fonte de energia flexível e segura, como também ajudam a diminuir a influência da Rússia no nosso sistema energético", afirmou o diretor executivo da DTEK, Maxim Timchenko, citado no comunicado.
Após os ataques russos, a Ucrânia aumentou as suas importações de eletricidade da UE. De acordo com Kyiv, a obtenção de fornecimentos diretos de GNL dos EUA ajudará a aliviar a pressão sobre o mercado europeu do gás.
A União Europeia não conseguiu cortar completamente os seus laços energéticos com Moscovo, embora tenha também aumentado as suas compras de GNL desde a invasão da Ucrânia em 2022.
Vários responsáveis políticos, incluindo Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, sugeriram o aumento do fornecimento de gás dos EUA para substituir a energia russa, apesar das preocupações com o custo de tais fornecimentos.
O Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ameaçou a Europa com tarifas se não comprar mais gás americano.
A dependência do gás proveniente da Rússia deixa a Europa à procura de alternativas energéticas que colmatem esse vazio de fornecimento.
Leia Também: Conflito na Ucrânia já matou 121 jornalistas e ativistas