"A administração norte-americana não está a exercer pressão suficiente ou adequada sobre o lado israelita. Em vez disso, está a tentar justificar a evasão do lado israelita a qualquer compromisso", declarou o alto representante do Hamas Oussama Hamdane, em entrevista à AFP.
Hamdane defendeu que, depois da guerra, Gaza terá de ser governada pelos palestinianos, precisando que o seu movimento pretende uma "administração palestiniana comum" da Faixa de Gaza no final da guerra com Israel.
"O próximo governo em Gaza deve ser um governo palestiniano comum (...). Dissemos claramente que o dia seguinte deve ser palestiniano", referiu Oussama Hamdane à AFP.
Paralelamente, o responsável do Hamas saudou o ataque de mísseis dos rebeldes houthis do Iémen contra Israel ocorrido hoje, afirmando que este mostrou os "limites das defesas de Israel".
Oussama Hamdane considerou que o míssil houthi, que caiu hoje no centro de Israel sem causar vítimas, é "uma mensagem para toda a região de que Israel não é uma entidade imune".
"Mesmo as capacidades israelitas têm limites e a possibilidade de desenvolver uma ação de resistência contra a entidade sionista é uma possibilidade séria e real", disse na entrevista à AFP.
Entretaneto, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ameaçou hoje os rebeldes houthis do Iémen, após o ataque com mísseis balísticos contra o centro de Israel, convidando-os a "visitar o porto de Hodeida", que foi bombardeado pelo exército israelita em julho.
"Os houthis devem saber que, nesta altura, retaliamos duramente contra aqueles que nos tentam prejudicar. Aqueles que precisam de ser lembrados estão convidados a visitar o porto de Hodeida", avisou, no início de uma reunião governamental.
O exército israelita confirmou que um míssil 'superfície-superfície' foi lançado de manhã cedo contra o território israelita e que provavelmente se desintegrou em pleno voo, não causando vítimas.
Os xiitas islâmicos houthis, aliados do Irão, reivindicaram o lançamento de um novo "míssil balístico hipersónico" que, segundo o grupo, atingiu com sucesso um alvo militar perto de Telavive.
As forças israelitas confirmaram que lançaram vários intercetores para tentar impedir o voo do míssil e estão a estudar os efeitos que tiveram.
Os houthis justificam estes ataques com a sua solidariedade com o Hamas.
A tensão na zona fez com que as principais linhas de navegação do mundo continuassem a ajustar as suas rotas para evitar atravessar o Mar Vermelho, por onde transitam 8% do comércio mundial de cereais, 12% do comércio mundial de petróleo e 8% do comércio mundial de gás natural liquefeito.
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