"Devido às condições climatéricas extremas e às inundações que estão a ocorrer na Hungria, adiei todas as minhas obrigações internacionais", anunciou Viktor Orbán numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
A mensagem surge numa altura em que as severas inundações da Europa central, que podem ser das piores em 20 anos, causam vítimas e danos em países como Hungria, Polónia, Roménia, República Checa, Eslováquia e Áustria, mas também a dois dias de estar previsto que Viktor Orbán discursasse na assembleia europeia.
Para quarta-feira, estava previsto que o primeiro-ministro húngaro discursasse na sessão plenária do Parlamento Europeu, dois meses após o arranque da polémica presidência do Conselho da União Europeia (UE).
Fonte da presidência húngara do Conselho da UE admitiu o adiamento, mas não o confirmou.
O discurso estava marcado para dois meses após o início da presidência húngara do Conselho da UE, em julho passado, quando o primeiro-ministro húngaro decidiu realizar deslocações oficiais à Ucrânia, à Rússia, ao Azerbaijão e países vizinhos e à China, tendo ainda mantido contactos com a Turquia, gerando controversa junto dos seus 26 homólogos europeus.
O encontro em Moscovo com o Presidente russo, Vladimir Putin, gerou várias críticas em Bruxelas e garantias de que a iniciativa ocorreu no quadro das relações bilaterais e não em representação europeia.
Perante as polémicas, algumas bancadas parlamentares sugeriram encurtar estes seis meses de presidência e passar já a presidência do Conselho da UE à Polónia, que seria o país a assumir o semestre seguinte, o que não avançou.
Avançou, sim, uma forma de protesto dos Estados-membros, incluindo Portugal, que estão a decidir ser representados por funcionários e não por governantes nas reuniões informais em Budapeste.
A Comissão Europeia também tem mantido um diferendo com a Hungria pelo desrespeito do Estado de Direito.
Esta sessão plenária do Parlamento Europeu em Estrasburgo deveria também marcada, no dia anterior, terça-feira, pela apresentação à margem da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, da sua equipa para um segundo mandato à frente da instituição, mas mudanças de última hora de França e Eslovénia podem afetar tal anúncio.
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