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Índia realiza eleições em Caxemira após revogar autonomia da região

As eleições parlamentares começaram hoje em Caxemira, as primeiras na região desde que o executivo do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, retirou o estatuto de semiautonomia ao território de maioria muçulmana, em 2019.

Índia realiza eleições em Caxemira após revogar autonomia da região
Notícias ao Minuto

07:24 - 18/09/24 por Lusa

Mundo Índia

Assim que as urnas abriram, às 07:00, hora local (02:30 em Lisboa), os eleitores formaram longas filas em vários locais de voto em Srinagar, a principal cidade do território.

 

Cerca de 2,3 milhões de cidadãos do estado indiano de Jammu e Caxemira são chamados hoje a escolher, entre 219 candidatos, 90 deles independentes, 24 representantes na Assembleia Legislativa estadual.

As eleições realizar-se-ão num processo escalonado, em três etapas, com o Governo a mobilizar dezenas de milhares de polícias e soldados paramilitares adicionais nos sete distritos do sul da região.

Hoje será realizada a primeira fase das eleições, na quais poderão participar 123 mil jovens entre os 18 e os 19 anos, cerca de 28.300 pessoas com deficiência e 15.700 idosos com mais de 85 anos, de acordo com o jornal Hindustan Times.

As outras duas fases de votação decorrerão a 25 de setembro e a 01 de outubro. Os resultado são esperados em 08 de outubro.

Pela primeira vez, as autoridades da Índia limitaram o acesso dos meios de comunicação social estrangeiros às assembleias de voto e negaram credenciais de imprensa à maioria dos jornalistas que trabalham com a imprensa internacional.

Apesar das eleições, a assembleia local não terá praticamente quaisquer poderes legislativos, mas apenas um controlo nominal sobre a educação e a cultura.

A legislação para a região continuará a ser da competência do parlamento indiano, enquanto as decisões políticas serão tomadas em Nova Deli.

Os políticos locais têm exigido que o estado de Jamu e Caxemira seja restaurado o mais rapidamente possível para que a assembleia local possa voltar a ter plenos poderes legislativos.

A decisão de 2019 significou que Caxemira deixou de ser um estado federal da União Indiana e tem sido governada por um administrador nomeado por Nova Deli.

Foi então dividida em dois territórios, a Caxemira indiana propriamente dita e Ladaj, um enclave budista numa zona montanhosa que faz fronteira com a China.

O primeiro território inclui Jamu, a zona de maioria hindu, e Caxemira, a zona de maioria muçulmana, segundo a agência espanhola Europa Press.

A decisão de Modi foi vista pelos críticos como um ataque direto à minoria muçulmana, em mais um exercício supremacista do primeiro-ministro hindu ultranacionalista.

A soberania da região é disputada pela Índia e pelo Paquistão desde a independência do Reino Unido, em 1947.

A região foi alvo de duas guerras entre os dois países e é afetada pela ação de milícias separatistas islâmicas, num conflito que já custou a vida a mais de 45.000 pessoas desde a década de 1980.

A realização das eleições foi ordenada pelo Supremo Tribunal do país em dezembro.

Leia Também: Índia renomeia Port Blair para libertar o país do "domínio colonial"

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