Num comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil destacou que os dois líderes conversaram por telefone sobre temas da agenda comum, que incluiu "a proposta de paz do Brasil e da China para o conflito entre Rússia e Ucrânia".
A proposta de paz citada nasceu a partir do comunicado conjunto divulgado em maio passado pelo ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, e pelo assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República do Brasil, Celso Amorim.
Nesta declaração, ambas as partes apelaram à "desescalada do conflito" na Ucrânia, defenderam as negociações, trocas de prisioneiros e o alargamento da assistência humanitária. A proposta do Brasil e da China também se posicionou de forma contrária a utilização de armas nucleares no conflito iniciado pela invasão russa à Ucrânia.
Segundo o Governo brasileiro, no telefonema realizado hoje, Lula da Silva e Putin também trataram de temas relacionados com a cimeira do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, a que se juntaram, este ano, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Irão), que acontecerá em outubro, na cidade russa de Kazan, e outros pontos da agenda bilateral.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Leia Também: Estónia abre nova base militar perto da fronteira russa