No seu discurso diário à nação, Zelensky defendeu que "o mais importante agora é a determinação de implementar" esse plano.
"Não há e não pode haver qualquer solução alternativa à paz, nenhum congelamento da guerra ou outras manipulações que apenas deslocariam a agressão russa", sublinhou, referindo-se à guerra que a Rússia trava em território ucraniano desde que invadiu o país vizinho, a 24 de fevereiro de 2022.
Segundo Zelensky, "todos os pontos e todos os aspetos essenciais" do plano, cujo conteúdo ainda não revelou, estão prontos.
Na semana passada, o Presidente ucraniano indicou que iria encontrar-se com Joe Biden em setembro para lhe apresentar "um plano para a vitória" da Ucrânia contra a Rússia.
Declarou, então, que se tratava de um "conjunto de soluções interligadas que darão à Ucrânia poder suficiente, coisas suficientes para colocar esta guerra no caminho para a paz".
Em dificuldades no terreno, perante uma vasta ofensiva russa no leste do país, a Ucrânia pediu ao Ocidente que a autorize a atacar alvos militares em solo russo e a ajude a abater mísseis apontados ao seu território, mas os norte-americanos e os europeus temem que isso possa levar Moscovo a uma escalada do conflito e a um confronto direto.
Zelensky decidiu que Kiev apresentará em novembro o seu plano para acabar com a guerra, numa cimeira de paz para a qual a Rússia será convidada.
A Rússia invadiu a Ucrânia com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
Nas últimas semanas, as tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguiram o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.
[Notícia atualizada às 19h18]
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