"No total, em 2023 as Forças Armadas receberam cerca de 140 mil dispositivos não tripulados. Este ano está previsto multiplicar a produção, para ser mais preciso, quase dez vezes", disse Putin durante a reunião da comissão da indústria militar, num discurso transmitido pela televisão pública.
O líder do Kremlin, que admitiu logo no início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, que as Forças Armadas sofriam de uma escassez crítica de 'drones', sublinhou que Moscovo também vai expandir a produção de "sistemas não tripulados" e que estão igualmente a ser fabricados drones náuticos.
Depois de visitar uma das principais empresas fabricantes de 'drones' em São Petersburgo, o Presidente russo indicou que "a maior parte destes aparelhos será enviada para a frente" de combate para proteger as vidas dos soldados e o armamento, mas também dos civis e as infraestruturas.
"Precisamos de satisfazer plenamente as necessidades das Forças Armadas", observou, propondo o recurso à inteligência artificial, uma vez que a tecnologia muda "quase todas as semanas", o que permitiria às unidades russas ganharem vantagem.
Até 2030, prosseguiu Putin, serão criados 48 centros de design e produção de 'drones' em diferentes regiões do país.
"A principal tarefa é produzir uma vasta gama de dispositivos aéreos não tripulados e estabelecer a produção em série destes equipamentos avançados o mais rapidamente possível", sublinhou.
A Ucrânia lançou na quarta-feira um ataque em grande escala de 'drones' que atingiu um arsenal de mísseis, munições e bombas aéreas na região russa de Tver, a menos de 200 quilómetros de Moscovo, num tipo de operação que as forças de Kyiv já tinham feito no passado com campos de aviação e depósitos de combustível.
Além disso, os 'drones' náuticos ucranianos obrigaram a Frota Russa do Mar Negro a retirar parte dos seus navios da península anexada da Crimeia.
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