Os jovens que pensam em emigrar são motivados principalmente por razões económicas (43%) - como a procura de emprego - e por oportunidades na área da educação (38%) - como o poder prosseguir estudos -, de acordo com o relatório da Fundação da Família Ichikowitz (FFI).
"O rápido crescimento da força de trabalho, aliado a um crescimento lento do emprego, desencadeia a migração dos jovens", sustentaram as Nações Unidas (ONU), citadas no documento.
"Juntamente com uma educação de má qualidade, os jovens africanos têm poucas opções a não ser emigrar para outros países para atingirem os seus objetivos", acrescentou a ONU.
Todavia, a corrupção é considerada a principal motivação para os jovens emigrarem na África do Sul (38%) - país que faz fronteira com Moçambique - e no Gabão (32%), enquanto na Tanzânia é a falta de serviços básicos (23%), indicou a fundação, que realizou o estudo em 16 países, não constando os africanos lusófonos.
Questionados sobre se iriam emigrar temporária ou permanentemente, dois terços dos jovens (65%) afirmaram que apenas iriam emigrar por um período de tempo temporário.
"Fora de África, os Estados Unidos da América (37%) e o resto da América do Norte (Canadá ou México) (30%) são, de longe, os destinos mais apelativos para os jovens africanos que estão a pensar emigrar", segundo estudo da FFI.
"Embora a Europa seja um destino menos popular para os que pretendem emigrar, os que manifestam o desejo de se mudarem para esta região citam a França (41%) ou o Reino Unido (34%) como os destinos mais apelativos, provavelmente devido aos conhecimentos linguísticos existentes e às ligações profundamente enraizadas que estes países têm com muitas nações africanas", explicou.
Um outro relatório, o da Organização Internacional para as Migrações (OIM) de 2024, revelou que, além dos movimentos internos no continente africano, o número de migrantes africanos que vivem fora da região mais do que duplicou desde 1990, com 11 milhões a residir na Europa, cinco milhões na Ásia e três milhões na América do Norte.
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