A apenas 48 horas de Khalil Divine Black Sun Allah - conhecido como Freddie Owens - tomar uma injeção letal na Carolina do Sul, uma testemunha determinante no seu caso garantiu que "ele não o fez". Ainda assim, o Supremo Tribunal disse que não vai voltar atrás com a decisão. A execução tem data marcada para esta sexta-feira.
Os advogados de Khalil Allah registaram uma moção de emergência para cancelar a execução, garantindo que Khalil Allah foi condenado injustamente. No entanto, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América rejeitaram os pedidos na noite de quinta-feira, reiterando a decisão que tinham tomado anteriormente.
Freddie Owens foi julgado por um assalto à mão armada em 1997 e pelo assassinato da funcionária do estabelecimento Irene Graves.
Não havia provas forenses que ligassem o suspeito ao tiroteio. A prova central foi o testemunho do seu amigo e co-arguido, Steven Golden, que também era acusado pelos mesmos crimes.
The state of South Carolina is preparing to kill Khalil Divine Black Sun Allah, formerly known as Freddie Owens, on 9/20. Yesterday we stood outside Gov. @henrymcmaster's office with @SCADeathPenalty @SCNAACP @DFLCarolinas and pleaded for clemency https://t.co/Bao59k5zGG pic.twitter.com/E1YmCoGlLR
— ACLU of South Carolina (@ACLU_SC) September 13, 2024
Tanto Steven Golden como Khalil Allah deviam ter sido julgados conjuntamente por homicídio, mas no início do processo, em 1999, Steven Golden declarou-se culpado por homicídio, assalto à mão armada e conspiração criminosa, tendo aceitado testemunhar contra Khalil Allah.
Recorde-se que as imagens de vigilância da loja mostravam dois homens mascarados com armas, cuja identificação não se conseguia perceber nas imagens. Golden, que tinha 18 anos na altura do assalto, disse no julgamento que ele e Allah eram os homens que apareciam nas imagens e que foi Allah quem disparou sobre Irene Graves.
No entanto, na quarta-feira - dois dias antes da execução prevista -, Steven Golden garantiu que Khalil Allah “não foi a pessoa que disparou sobre Irene Graves” e “não estava presente” durante o assalto. Golden disse que ocultou a identidade do “verdadeiro atirador” por receio de que os seus companheiros o matassem e que mudou o testemunho para “ficar com a consciência tranquila”.
Os juízes afirmaram que a nova declaração de Golden era “totalmente inconsistente” com o testemunho anterior e que não havia “qualquer indicação das circunstâncias em que Golden foi convidado a assinar o seu mais recente depoimento”. Os juízes também afirmaram que há outras provas que sugerem a culpa de Allah.
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