Face aos gangues, que continuam a receber armas apesar de um embargo internacional, a polícia "não tem capacidade logística e técnica para os contrariar", apontou.
A Missão Multinacional de Apoio à Segurança [MMAS], apoiada pela ONU, só destacou até agora "menos de um quarto do efetivo previsto" e dispõe de material "inadaptado" e recursos "insuficientes", acrescentou.
Os gangues controlam mais de 80% da capital, bem como as principais estradas do país.
O Haiti tem mais de 700 mil deslocados internos, mais de metade dos quais são crianças e cerca de sete milhões de pessoas sofrem insegurança alimentar aguda, avançou William O'Neill.
"A violência sexual, usada como arma pelos gangues para controlar a população, aumentou drasticamente nos últimos meses", acrescentou.
Os gangues dedicam-se também, de forma crescente, "ao tráfico de crianças, aos recrutamentos forçados e à sua utilização em ataques contra instituições públicas e operações de controlo".
Perante esta situação, William O'Neill insistiu na necessidade de adotar a missão internacional de meios "eficazes" para apoiar a polícia, bem como na concretização das medidas decididas pelo Conselho de Segurança, desde logo sobre o embargo das armas.
Por outro lado, apelou ao governo que "lute contra a corrupção e as más práticas".
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