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Israel vangloria-se de morte de "um dos homens mais procurados do mundo"

O embaixador israelita na ONU vangloriou-se do bombardeamento israelita de hoje contra o sul de Beirute que matou 14 pessoas, advogando que conseguiu eliminar o comandante do Hezbollah, Ibrahim Aqil, "um dos homens mais procurados do mundo".

Israel vangloria-se de morte de "um dos homens mais procurados do mundo"
Notícias ao Minuto

06:29 - 21/09/24 por Lusa

Mundo Israel

Em declarações à entrada do Conselho de Segurança da ONU, Danny Danon atribuiu a Aqil um papel no atentado à bomba em 1983 contra a embaixada dos Estados Unidos em Beirute, que matou 83 norte-americanos, e a "responsabilidade pelo assassinato de centenas de norte-americanos e israelitas".

 

Quando questionado sobre a morte de muitos civis no ataque de hoje, o diplomata israelita culpou o grupo xiita libanês Hezbollah por esconder os seus líderes entre a população civil.

Na reunião de hoje do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), solicitada pela Argélia a pedido do Líbano, o vice-embaixador norte-americano, Robert Wood, sublinhou que o seu país "não desempenhou nenhum papel em nenhuma das ações que poderiam mergulhar a região numa guerra devastadora", mas atribuiu inequivocamente a responsabilidade final pela escalada das hostilidades ao Hezbollah.

Muito diferente foi a interpretação do embaixador chinês, Fu Cong, que criticou Israel pela "sua obsessão com o uso da força" e pelas "suas violações da soberania do Líbano, bem como pela sua imprudência que pode levar a região a outra catástrofe".

O diplomata chinês apelou então a países com influência sobre Israel que o persuadam "a não seguir o caminho equivocado".

A subsecretária-geral da ONU para Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo, e o alto comissário para os Direitos Humanos, Volker Turk, foram convidados para a sessão e ambos exigiram contenção das partes e alertaram que a abertura de duas frentes de guerra - em Gaza e no Líbano por parte Israel - pode levar toda a região a uma escalada sem precedentes.

O embaixador israelita reconheceu hoje que a viagem do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aos Estados Unidos para participar na Semana de Alto Nível da ONU está agora a ser equacionada, dependendo da evolução da situação.

O Hezbollah confirmou na noite de hoje que Israel matou um dos seus importantes líderes, Ibrahim Aqil, poucas horas após o anúncio do Estado judeu.

"Hoje, o grande líder Hajj Ibrahim Aqil, também conhecido como Hajj Abdul Qader, juntou-se às fileiras dos seus irmãos mártires, os grandes líderes, depois de uma vida abençoada cheia de luta sagrada, trabalho, lesões, sacrifícios, desafios e vitórias", disse a formação xiita em comunicado.

O Hezbollah ainda não ofereceu detalhes sobre a posição exata que ocupava no grupo, embora o Exército israelita tenha informado que Aqil era o chefe de Operações Militares e assegurado que vários membros do corpo de elite Força Redwan morreram ao seu lado.

De acordo com uma declaração militar israelita, todos eles "estavam a planear o ataque da 'Conquista da Galileia', com o qual o Hezbollah pretendia infiltrar-se nas comunidades israelitas e assassinar civis inocentes".

O bombardeamento de um edifício residencial nos subúrbios ao sul de Beirute, conhecido como Dahye, deixou pelo menos 14 mortos e 66 feridos, segundo o último relatório fornecido pelo Ministério da Saúde Pública libanês.

O assassinato de Aqil ocorre menos de dois meses depois de outro ataque atribuído a Israel ter posto fim à vida do então principal comandante militar do Hezbollah, Fuad Shukr, também num edifício em Dahye.

O novo ataque ocorre depois de duas ondas de explosões simultâneas esta semana em milhares de dispositivos de comunicação transportados por membros do Hezbollah terem levado à morte de 37 pessoas e ferido mais de 3.000 no Líbano. 

Leia Também: Líbano. ONU pede responsabilização de quem "ordenou e executou" explosões

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