O chefe de Estado reuniu-se com uma comissão mista de historiadores, tendo manifestado o seu desejo de que os trabalhos em curso cheguem a uma conclusão e que as "propostas concretas apresentadas pela comissão mista sejam implementadas", disse o hoje Palácio do Eliseu à agência AFP.
Macron "espera que estas propostas permitam ao país olhar com lucidez para o passado e construir, a longo prazo, uma reconciliação das memórias, no âmbito de um processo de educação e de transmissão para os jovens em França e na Argélia", acrescentou a presidência francesa.
Em agosto de 2022, Emmanuel Macron e o seu homólogo Abdelmadjid Tebboune decidiram relançar as relações bilaterais criando a comissão mista de historiadores.
Mas este trabalho, que já tinha começado do lado francês com o historiador Benjamin Stora, continua suspenso pelas tensões diplomáticas recorrentes entre os dois países.
O novo diferendo sobre o Sara Ocidental complica uma vez mais a resolução das questões de reconciliação, que continuam a ser uma ferida aberta 60 anos após a independência da Argélia.
A narrativa nacional da guerra da Argélia é omnipresente na vida política argelina. A 20 de agosto, o Presidente Tebboune, entretanto reeleito, fez-lhe referência no Dia dos Moudjahid (veteranos de guerra), recordando o passado colonial de uma França que "acreditava poder sufocar a revolução do povo a ferro e fogo".
A tumultuosa relação bilateral já tinha sofrido um sério golpe no outono de 2021, quando Emmanuel Macron descreveu o regime argelino como um "sistema político-militar construído sobre uma renda memorial".
Durante os trabalhos da comissão de historiadores, Argel pediu a Paris que devolvesse os crânios dos resistentes coloniais e os objetos históricos e simbólicos da Argélia do século XIX, incluindo objetos que pertenceram ao Emir Abdelkader, o herói anti-colonial (1808-1883).
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