Quase um ano depois de a guerra entre Israel e o Hamas ter disparado após um ataque a Telavive, o conflito já alastrou até ao Líbano, onde os cidadãos estarão mesmo a ser avisados para se protegerem.
Segundo os meios de comunicação social libaneses, Israel está a enviar mensagens gravadas para que vários locais sejam evacuados. Citado pela Agência France-Presse (AFP), o ministro da Informação, Ziad Makary, foi uma das pessoas que recebeu uma dessas mensagens.
De acordo com a tutela, a chamada chegou ao ministério e quando os funcionários atenderam havia "uma mensagem gravada" que dizia que estes deviam deixar o edifício por forma a evitar ataques.
Segundo a Agência Nacional de Notícias do país, "cidadãos em Beirute e outras áreas estão a receber chamadas diretas com avisos do inimigo Israel, solicitando que se retirem rapidamente de onde estão". Estas chamadas estão a ser classificadas como "parte da guerra psicológica que o inimigo adotou".
Imagens nas redes sociais mostram o trânsito no Líbano, onde, aparentemente, os carros parecem estar a abandonar locais que podem vir a ser atacados, segundo escreve a publicação The Times of Israel.
E como chegaram as chamadas de Israel até ao Líbano?
O diretor do fornecedor estatal de comunicações, a empresa Ogero, explicou, citado pela AFP, que "o sistema de rede fixa no Líbano bloqueia todas as comunicações de Israel".
Mas, de acordo com o responsável, Imad Kreidieh, Israel "contorna os sistemas de comunicações usando o código o código telefónico internacional de um país amigo", que não especificou.
Estas chamadas surgiram depois de o exército israelita avisar os libaneses de que se devem afastar de zonas próximas do Hezbollah, grupo xiita aliado do Irão (país, que, por sua vez, tem os laços diplomáticos cortados com Israel).
As forças militares israelitas garantiram mesmo que vão efetuar "ataques maiores e mais precisos contra alvos terroristas que foram amplamente estabelecidos no Líbano".
EUA dizem fazer "tudo ao alcance", Líbano cancela cirurgias e fecha escolas
O aumento de tensão tem preocupado a comunidade internacional, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a garantir que está a fazer "tudo ao seu alcance para evitar uma guerra mais vasta" no Médio Oriente, algo para que os especialistas já vêm a alertar há muito tempo. O exército israelita já disse mesmo, na manhã desta segunda-feira, que lançou cerca de 300 ataques em alvos do Hezbollah. O Ministério da Saúde referiu, num promeiro instante, que há pelo menos 100 mortos, incluindo mulheres, crianças e médicos.
Já Beirute diz que retaliou os ataques em três locais no norte de Israel, nomeadamente, locais de produção militar.
Também o Kremlin considerou que a situação está a escalar "a cada dia" e que a par da tensão crescente, cada vez o conflito se torna mais imprevisível. "É muito preocupante para nós", referiu o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, esta segunda-feira.
Israel aconselhou hoje os libaneses a "manterem-se afastados dos alvos" do Hezbollah, no sul do Líbano, acrescentando que os ataques contra o movimento xiita vão "continuar num futuro próximo", "maiores e mais precisos".
Lusa | 07:02 - 23/09/2024
O presidente israelita, Isaac Herzog, tem vindo a dizer nas últimas horas que Telavive "não está à procura de uma guerra". "Mas temos o direito e dever de defender o nosso povo", contrapôs.
“O Hezbollah armazena e lança mísseis em zonas e casas de civis. Milhares e milhares de mísseis de longo alcance são guardados em casas, salas de estar, quartos e cozinhas, e depois são lançados com a única intenção de matar o nosso povo”, defendeu o líder.
Nas últimas horas, dezenas de ataques já foram reportados no país, nomeadamente, no sul. Também os correspondentes no leste do país relataram ataques intensos.
Já o ministério da Saúde do Líbano solicitou que todas as cirurgias não urgentes fossem canceladas no sul e leste do país, "a fim de criar espaço para tratar os feridos devido à agressão israelita em expansão no Líbano". Já ontem, a tutela tinha pedido aos hospitais no norte para que as cirurgias que pudessem adiadas, fossem.
Já o Ministério da Educação também disse, esta segunda-feira, que vai encerrar as escolas nas zonas afetadas, dado que a situação militar"constitui um perigo para a circulação dos estudantes".
[Notícia atualizada às 13h35]
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