"A agressão bárbara e extensa contra o Líbano é um crime de guerra e revela a natureza nazi do inimigo e o facto de [o primeiro-ministro israelita, Benjamin] Netanyahu estar a agir como resultado de políticas inúteis que rejeitam o fim do genocídio na Faixa de Gaza", disse o Hamas, segundo o diário Filastin, ligado ao grupo extremista palestiniano.
O movimento manifestou a sua "solidariedade e apoio" aos "irmãos" da milícia xiita Hezbollah e ao povo libanês para "enfrentar a agressão brutal", ao mesmo tempo que apelou ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para "tomar as medidas necessárias para processar e prender os líderes da entidade [israelita] como criminosos de guerra".
As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que a vaga de bombardeamentos atingiu "mais de 300" alvos do Hezbollah, após o que o porta-voz do exército, Daniel Hagari, adiantou que o exército israelita irá "iminentemente" efetuar bombardeamentos "profundos" no vale do Bekaa.
Nos últimos dias, registou-se um aumento das tensões entre Israel e o Hezbollah, sobretudo depois de explosões simultâneas dos dispositivos de comunicação do grupo libanês, primeiro 'pagers', depois 'walkie-talkies' - a 17 e 18 de setembro -, ataques atribuídos a Israel que fizeram cerca de 40 mortos e de 3.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço divulgado pelas autoridades libanesas.
Posteriormente, mais de 50 pessoas foram mortas na sexta-feira num bombardeamento israelita na capital do Líbano, Beirute, incluindo Ibrahim Akil, um membro sénior do grupo libanês.
Há mais de 11 meses que as forças israelitas e o Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado ao longo da fronteira entre o Líbano e Israel, nos piores confrontos desde a guerra de 2006.
As hostilidades na região eclodiram depois de o Hamas e outras fações palestinianas terem lançado uma série de ataques contra Israel, em 07 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de 250 reféns. O exército israelita lançou então uma campanha militar sangrenta contra Gaza que, até à data, causou mais de 41.400 mortos, para além de mais de 700 palestinianos mortos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Os ataques de 07 de outubro, apelidados de "Dilúvio de Al Aqsa" pelo Hamas e seus aliados, levaram também à abertura da linha da frente na fronteira entre Israel e o Líbano.
Além disso, os rebeldes iemenitas Huthis e as milícias pró-iranianas no Iraque lançaram mísseis e 'drones' contra Israel - que realizou bombardeamentos em território libanês, sírio e iemenita - em resposta à sua ofensiva contra Gaza.
Este clima de confronto tem aumentado os receios de uma guerra em grande escala no Médio Oriente.
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