ONU expressa extrema preocupação pela guerra no Líbano
Dezenas de milhares de pessoas fugiram das hostilidades entre Israel e o Hezbollah no Líbano, afirmou hoje a ONU, pedindo o fim dos combates.
© IBRAHIM AMRO/AFP via Getty Images
Mundo Médio Oriente
"Estamos seriamente preocupados com a grave intensidade dos ataques a que assistimos ontem (segunda-feira). Dezenas de milhares de pessoas foram obrigadas a abandonar as casas e os números continuam a aumentar", afirmou o porta-voz da agência da ONU para os refugiados, Matthew Saltmarsh, numa conferência de imprensa em Genebra.
"Esta é uma região que já foi devastada pela guerra. É um país que conhece demasiado bem o sofrimento", acrescentou o responsável pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Israel efetuou novos ataques contra alvos do Hezbollah no Líbano durante a noite.
Na segunda-feira, bombardeamentos em grande escala mataram cerca de 500 pessoas.
"O preço que está a ser pago pelos civis é inaceitável e a proteção dos civis e das infra estruturas civis no Líbano é fundamental. O direito humanitário internacional deve ser respeitado. É urgente pôr termo às hostilidades", declarou o porta-voz do ACNUR.
"Estamos extremamente alarmados com a súbita escalada das hostilidades entre Israel e o Hezbollah e apelamos a todas as partes para que cessem imediatamente a violência e assegurem a proteção dos civis", afirmou Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, na mesma conferência de imprensa.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) também apela "urgentemente a um desanuviamento imediato" e a que todas as partes respeitem as obrigações protegidas pelo direito humanitário internacional para garantir a proteção das infraestruturas civis e dos civis, incluindo crianças, trabalhadores humanitários e pessoal médico.
"Ontem (segunda-feira) foi o pior dia para o Líbano em 18 anos. Esta violência deve cessar imediatamente, caso contrário as consequências podem vir a ser inaceitáveis", afirmou Ettie Higgins, representante adjunta da UNICEF no Líbano, através de uma ligação vídeo a partir de Beirute.
Hoje, o Exército israelita anunciou que tinha atingido "dezenas de alvos do Hezbollah em muitas regiões do sul do Líbano" durante a última noite.
Os bombardeamentos da véspera, de uma intensidade sem precedentes desde o início das trocas de tiros na fronteira israelo-libanesa, em outubro de 2023, visaram "cerca de 1.600 alvos terroristas", segundo o Exército, no sul do Líbano e no vale do Bekaa, a leste, bastiões do Hezbollah (Partido de Deus).
Durante a noite, o Hezbollah reivindicou a responsabilidade pelo disparo de novos mísseis Fadi 2 contra Israel.
O Exército israelita confirmou ter registado "cerca de vinte disparos".
As hostilidades na região eclodiram depois de o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e outras fações palestinianas terem lançado uma série de ataques contra Israel, a 07 de outubro do ano passado, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de 250 reféns.
O Exército israelita lançou então uma campanha militar contra Gaza que, até ao momento, fez mais de 41.400 mortos, além de mais de 700 palestinianos mortos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Os ataques de 07 de outubro de 2023 levaram também à abertura da linha da frente na fronteira entre Israel e o Líbano, com combates constantes durante mais de onze meses.
Além disso, os houthis e as milícias pró-iranianas no Iraque lançaram mísseis e drones contra Israel - que efetuou bombardeamentos em território libanês, sírio e iemenita.
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