Agência deteta interferência estrangeira com recurso a IA nos EUA

As autoridades norte-americanas anunciaram que estão a monitorizar agentes estrangeiros - incluindo da China, Rússia e Irão - que usam Inteligência Artificial (IA) para interferir nas eleições presidenciais de novembro.

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Lusa
24/09/2024 15:22 ‧ 24/09/2024 por Lusa

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Eleições nos EUA

Para o Centro de Influência Maligna Estrangeira (CI), há agentes estrangeiros que estão a recorrer a IA para interferir nas eleições presidenciais norte-americanas, marcadas para novembro, apesar de não haver evidência de que esta tecnologia tenha revolucionado a prática de interferência.

 

"O risco para as eleições nos EUA de fontes estrangeiras com capacidade de gerar mensagens de IA existe", conclui a agência, num comunicado divulgado na segunda-feira, admitindo que essa prática ainda não foi concretizada por receio de os agentes serem facilmente detetados.

"O CI e os nossos parceiros continuam a monitorizar quaisquer tentativas estrangeiras de envio de mensagens fraudulentas ou de conteúdo potencialmente disruptivo gerado pela IA no ambiente de informação dos EUA, à medida que o dia das eleições se aproxima", avisa a agência federal norte-americana.

As autoridades dos Estados Unidos admitem que estão a monitorizar ações oriundas do Irão e da Rússia e que este último foi quem gerou a maior parte do conteúdo de IA relacionado com o processo eleitoral norte-americano.

A Rússia terá feito isso através de texto, imagens, áudio e vídeo.

"Esses conteúdos incluem mensagens geradas por IA sobre figuras proeminentes dos EUA e são consistentes com os esforços mais amplos da Rússia para impulsionar a candidatura do ex-Presidente Donald Trump e de denegrir a vice-Presidente, Kamala Harris, e o Partido Democrata.

A estratégia passa, essencialmente, por produzir narrativas conspirativas, denuncia a agência, que também detetou a prática de incentivar a polarização política entre o eleitorado norte-americano.

"Os atores iranianos usaram a IA para ajudar a gerar publicações nas redes sociais e a escrever artigos noticiosos não autênticos para 'sites' que reclamam ser meios de notícias reais", acrescenta o CI.

"Este conteúdo, em inglês e espanhol, tem como alvo os eleitores dos EUA, de todo o espetro político, sobre questões polarizadoras, como o conflito entre Israel e Gaza e sobre candidatos presidenciais", explica a agência federal.

As autoridades norte-americanas também detetaram interferência por parte da China, que "está a utilizar a IA em operações de influência mais amplas que procuram moldar a visão global de Pequim e amplificar questões políticas divisórias nos EUA", mais do que tentar influenciar o resultado das eleições presidenciais que se realizam no dia 05 de novembro.

"Os atores estrangeiros, especialmente a Rússia, estão também a criar ou a manipular meios de comunicação social com meios menos sofisticados, nomeadamente através da difusão de mensagens pouco credíveis.

Numa delas, uma mulher afirma ter sido vítima de um atropelamento por parte da vice-Presidente e candidata democrata Kamala Harris.

Leia Também: Relação Portugal e EUA é "estrutural" e "não vai mudar" com eleições

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