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Ucrânia. Guterres alerta para falta de fundos para ajuda humanitária

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu hoje à comunidade internacional apoio para ajuda humanitária à Ucrânia, alertando que, a poucos meses do inverno, o plano de resposta das Nações Unidas está financiado em "menos de metade".

Ucrânia. Guterres alerta para falta de fundos para ajuda humanitária
Notícias ao Minuto

24/09/24 21:04 ‧ Há 2 Horas por Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

Numa reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a Ucrânia, e na presença do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, Guterres recordou que as Nações Unidas são a maior presença internacional no país invadido pela Rússia em 2022, entregando ajuda vital a mais de 6,2 milhões de pessoas apenas este ano.

 

"Mas precisamos do apoio da comunidade internacional. Quinze milhões de pessoas na Ucrânia precisam de assistência humanitária --- mais de metade delas são mulheres e meninas. Mas, com a aproximação do inverno, menos da metade do nosso Plano de Resposta Humanitária de 2024 está financiado", avisou.

"Peço aos doadores que nos ajudem a prosseguir com o nosso trabalho vital no local", instou o líder da ONU.

Guterres, que foi o primeiro líder a intervir na reunião, frisou que a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022 --- após a anexação ilegal da Crimeia e de Sebastopol há uma década --- é uma clara violação desses princípios que regem a carta da ONU.

O ex-primeiro-ministro português condenou todos os ataques a civis e instalações civis, "onde quer que ocorram e quem quer que seja o responsável".

"Todos eles devem parar imediatamente", defendeu.

O secretário-geral da ONU observou que, nas últimas semanas, registou-se o ressurgimento de uma retórica inflamatória e de incidentes em torno de instalações nucleares, "particularmente na Central Nuclear de Zaporijia e, de forma alarmante, na Central Nuclear de Kursk, na Federação Russa".

"Peço a todas as partes que ajam com responsabilidade e evitem qualquer declaração ou ação que possa desestabilizar ainda mais uma situação já incendiária", apelou.

Numa análise do impacto desta guerra iniciada em fevereiro de 2022, que matou mais de 11 mil civis, António Guterres avaliou que quanto mais tempo este conflito durar, maior será o risco de escalada e repercussão, não apenas na região, mas também nas tensões e divisões globais --- "num momento em que o mundo precisa desesperadamente de mais cooperação e ação coletiva", disse.

"Devemos parar o sofrimento e quebrar o ciclo de violência --- pelo bem do povo da Ucrânia, do povo da Rússia e do mundo", advogou, recordando que a Iniciativa dos Cereais do Mar Negro e as trocas contínuas de prisioneiros de guerra são lembretes de que, "quando há vontade política, a diplomacia pode ter sucesso --- mesmo na hora mais sombria".

Apesar de admitir que as perspetivas de paz possam parecer distantes, Guterres assumiu estar "inspirado" pelos crescentes apelos ao diálogo ao longo dos últimos dias, na Cimeira do Futuro e na Assembleia Geral da ONU.

"Vamos intensificar os nossos esforços para alcançar a paz na Ucrânia --- uma paz justa, abrangente e sustentável, em linha com a Carta da ONU, o direito internacional e as resoluções da Assembleia Geral. A ONU está pronta para apoiar todos os esforços para atingir esse objetivo", concluiu.

A reunião de hoje foi convocada pela França, Japão, Malta, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos, e foi presidida pelo primeiro-ministro esloveno, Robert Golob.

Face à grande presença de delegações europeias nesta reunião do Conselho de Segurança, o embaixador russo junto da ONU, Vasily Nebenzya, criticou os países ocidentais por fornecerem a Kiev uma "plataforma de concertos".

"A única razão pela qual convocaram esta reunião foi para fornecer ao senhor Zelensky outro local de concertos na ONU, desta vez na sala de reuniões do Conselho de Segurança", disse o representante permanente de Moscovo.

O diplomata russo criticou ainda a presença no encontro de países como Alemanha, Lituânia, Itália e Dinamarca, os quais alegou não terem uma relação direta com a questão do conflito ucraniano e apenas procurarem uma "oportunidade de serem vistos em ecrãs televisivos".

[Notícia atualizada às 21h41]

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