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França pede ao Irão para apoiar "desescalada geral" na região

O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou ao homólogo iraniano, Massoud Pezeshkian, para "apoiar uma desescalada geral" no Médio Oriente.

França pede ao Irão para apoiar "desescalada geral" na região
Notícias ao Minuto

03:17 - 25/09/24 por Lusa

Mundo Médio Oriente

Macron condenou também "a transferência de mísseis balísticos do Irão para a Rússia e advertiu o Presidente iraniano contra o apoio contínuo da República Islâmica do Irão à guerra de agressão da Rússia na Ucrânia", de acordo com um comunicado da Presidência francesa, divulgado na terça-feira.

 

Numa reunião na ONU, à margem da Assembleia-Geral, "o Presidente [francês] sublinhou a responsabilidade do Irão de apoiar uma desescalada geral" e de usar a sua influência para esse fim junto dos "atores desestabilizadores" que contam com o apoio iraniano, para avançar "para um cessar-fogo em Gaza e uma cessação das hostilidades", indicou Palácio do Eliseu na mesma nota.

No início de agosto, os líderes francês e iraniano já tinham falado por telefone. Na altura, Macron já tinha instado o homólogo a "fazer todos os possíveis para evitar uma nova escalada militar" na região.

Emmanuel Macron e Massoud Pezeshkian discutiram também o programa nuclear do Irão.

Macron "reiterou grande preocupação com a trajetória do programa nuclear iraniano" e "exortou o Irão a cooperar plenamente com a AIEA [Agência Internacional da Energia Atómica] para trabalhar no sentido de uma solução diplomática sobre o assunto", de acordo com o Palácio do Eliseu.

Mês após mês, o Irão acumula reservas cada vez maiores de urânio enriquecido a 60%, perto dos 90% necessários para construir uma bomba atómica.

Desde 2021, o Irão também reduziu drasticamente as inspeções às instalações nucleares. As câmaras de vigilância foram desligadas e a acreditação de um grupo de peritos foi retirada.

Desde a eleição do Presidente iraniano, em julho, Teerão manifestou vontade de relançar as negociações para reavivar o acordo alcançado em 2015 com Paris, Londres, Berlim, Washington, Moscovo e Pequim.

Este pacto devia enquadrar as actividades atómicas iranianas em troca do levantamento das sanções internacionais.

Em 2018, o ex-presidente Donald Trump retirou-se dos Estados Unidos e as negociações em Viena foram interrompidas no verão de 2022.

Durante a campanha eleitoral, Pezeshkian pediu "relações construtivas" com Washington e os europeus, a fim de "acabar o isolamento do Irão", aumentando as esperanças de um reinício das conversações nucleares.

Na terça-feira, Emmanuel Macron pediu também a libertação imediata de três franceses "detidos arbitrariamente nas prisões iranianas há dois anos".

O Presidente francês reiterou que esta era uma condição "prévia e imperativa para qualquer melhoria da relação bilateral" com França.

O casal Cécile Kohler e Jacques Paris foram detidos em maio de 2022, acusados de serem espiões, tal como um francês de nome Olivier e cujo apelido não foi divulgado.

A diplomacia francesa qualificou estes detidos como "reféns de Estado".

O Irão é acusado de deter ocidentais sem motivo e de os usar como moeda de troca em negociações entre Estados.

No ano passado, Teerão libertou dois franceses Benjamin Brière e Bernard Phelan, que também tem nacionalidade irlandesa. Em junho, Louis Arnaud foi libertado.

Leia Também: Irão rejeita "acusações infundadas" da Suécia sobre ataque informático

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