França pede ao Irão para apoiar "desescalada geral" na região
O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou ao homólogo iraniano, Massoud Pezeshkian, para "apoiar uma desescalada geral" no Médio Oriente.
© YOAN VALAT/POOL/AFP via Getty Images
Mundo Médio Oriente
Macron condenou também "a transferência de mísseis balísticos do Irão para a Rússia e advertiu o Presidente iraniano contra o apoio contínuo da República Islâmica do Irão à guerra de agressão da Rússia na Ucrânia", de acordo com um comunicado da Presidência francesa, divulgado na terça-feira.
Numa reunião na ONU, à margem da Assembleia-Geral, "o Presidente [francês] sublinhou a responsabilidade do Irão de apoiar uma desescalada geral" e de usar a sua influência para esse fim junto dos "atores desestabilizadores" que contam com o apoio iraniano, para avançar "para um cessar-fogo em Gaza e uma cessação das hostilidades", indicou Palácio do Eliseu na mesma nota.
No início de agosto, os líderes francês e iraniano já tinham falado por telefone. Na altura, Macron já tinha instado o homólogo a "fazer todos os possíveis para evitar uma nova escalada militar" na região.
Emmanuel Macron e Massoud Pezeshkian discutiram também o programa nuclear do Irão.
Macron "reiterou grande preocupação com a trajetória do programa nuclear iraniano" e "exortou o Irão a cooperar plenamente com a AIEA [Agência Internacional da Energia Atómica] para trabalhar no sentido de uma solução diplomática sobre o assunto", de acordo com o Palácio do Eliseu.
Mês após mês, o Irão acumula reservas cada vez maiores de urânio enriquecido a 60%, perto dos 90% necessários para construir uma bomba atómica.
Desde 2021, o Irão também reduziu drasticamente as inspeções às instalações nucleares. As câmaras de vigilância foram desligadas e a acreditação de um grupo de peritos foi retirada.
Desde a eleição do Presidente iraniano, em julho, Teerão manifestou vontade de relançar as negociações para reavivar o acordo alcançado em 2015 com Paris, Londres, Berlim, Washington, Moscovo e Pequim.
Este pacto devia enquadrar as actividades atómicas iranianas em troca do levantamento das sanções internacionais.
Em 2018, o ex-presidente Donald Trump retirou-se dos Estados Unidos e as negociações em Viena foram interrompidas no verão de 2022.
Durante a campanha eleitoral, Pezeshkian pediu "relações construtivas" com Washington e os europeus, a fim de "acabar o isolamento do Irão", aumentando as esperanças de um reinício das conversações nucleares.
Na terça-feira, Emmanuel Macron pediu também a libertação imediata de três franceses "detidos arbitrariamente nas prisões iranianas há dois anos".
O Presidente francês reiterou que esta era uma condição "prévia e imperativa para qualquer melhoria da relação bilateral" com França.
O casal Cécile Kohler e Jacques Paris foram detidos em maio de 2022, acusados de serem espiões, tal como um francês de nome Olivier e cujo apelido não foi divulgado.
A diplomacia francesa qualificou estes detidos como "reféns de Estado".
O Irão é acusado de deter ocidentais sem motivo e de os usar como moeda de troca em negociações entre Estados.
No ano passado, Teerão libertou dois franceses Benjamin Brière e Bernard Phelan, que também tem nacionalidade irlandesa. Em junho, Louis Arnaud foi libertado.
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