A Guiné Equatorial não é signatária do tratado constitutivo do Tribunal Penal Internacional (TPI), que ordenou a detenção do líder russo por crimes de guerra na Ucrânia.
"Estamos prontos para acolher a cimeira Rússia-África na nossa moderna cidade de Malabo. Temos todas as infraestruturas necessárias", afirmou hoje Teodoro Obiang, num discurso na Duma russa, ou câmara dos deputados.
O líder africano, que visita a Rússia pela segunda vez em menos de um ano, acrescentou que gostaria de contar com a participação dos deputados russos no evento e, particularmente, de Vladimir Putin.
Obiang recordou que "a Guiné Equatorial não assinou qualquer acordo de cooperação com o Tribunal Penal Internacional".
"Pelo que temos todas as condições necessárias" para que o Presidente russo possa visitar o país sem correr o risco de ser detido, sublinhou.
O TPI emitiu uma ordem de detenção contra Putin em março de 2023 pelo seu alegado papel na deportação sistemática de crianças ucranianas para a Rússia, o que impôs restrições consideráveis à capacidade do Presidente russo para viajar.
O Presidente da Guiné Equatorial participará hoje com Putin na sessão plenária da Semana da Energia Russa (REN), que se realiza em Moscovo até sábado.
Em novembro do ano passado, Obiang já se tinha encontrado com Putin na casa de campo do líder do Kremlin, nos arredores de Moscovo.
A Rússia reforçou a sua presença no continente africano nos últimos anos e em julho de 2023 realizou a segunda cimeira Rússia-África em São Petersburgo, onde Putin anunciou a reabertura de embaixadas em vários países africanos, incluindo a Guiné Equatorial.
Desde a sua independência de Espanha, em 1968, a Guiné Equatorial tem sido considerada pelas organizações de defesa dos direitos humanos como um dos países mais repressivos do mundo, devido a acusações de detenções e tortura de dissidentes e a alegações de repetidas fraudes eleitorais.
Teodoro Obiang, que completou 82 anos no passado dia 05, governa o país com mão de ferro desde 1979, altura em que derrubou o seu tio Francisco Macías num golpe de Estado, e é o Presidente há mais tempo no poder em todo o mundo.
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