"Estamos a preparar-nos lado a lado com o Comando Norte para uma manobra terrestre. Preparados se [formos] ativados", afirmou Tomer Bar junto de vários militares num vídeo distribuído pelas Forças Armadas israelitas, acrescentando que esta é uma decisão a ser tomada acima dos comandos militares.
Este pronunciamento surge um dia após o chefe do Estado-Maior israelita, Herzi Halevi, ter indicado que os ataques aéreos ao Líbano nos últimos dias servem para preparar o terreno para uma possível incursão terrestre contra o Hezbollah.
Halevi referiu que uma eventual operação israelita consistiria em entrar em cidades do sul do Líbano que o Hezbollah "converteu numa grande base militar", para destruir infraestruturas militares usadas pelo grupo xiita aliado do Irão.
No vídeo hoje distribuído pelas Forças Armadas, o comandante da Força Aérea reforçou as palavras de Halevi, observando que as suas unidades deverão "evitar qualquer possibilidade de transferência de armas do Irão para o Líbano", numa missão que se tornou numa "prioridade máxima".
A confiança do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e a capacidade do grupo xiita libanês em recuperar dos intensos ataques que sofreu nos últimos dias "depende do abastecimento" do aliado iraniano, justificou.
Tomer Bar observou também que, no Comando Sul, a propósito das operações no último ano contra o grupo islamita palestiniano Hamas, o apoio aéreo acompanhou cada equipa de combate na Faixa de Gaza e que esse será igualmente "o ponto de partida" caso seja dada a ordem de atacar o Líbano.
O comandante da Força Aérea alertou, no entanto, que as "ameaças são maiores" no país vizinho e destacou a importância do uso de operações combinadas, aéreas e terrestres, para manter a pressão sobre o Hezbollah, atingindo alvos previamente planeados ou que surjam em tempo real.
"Esta pressão aumentará conforme necessário, sem limitações a áreas ou tipos específicos. É subterrânea, acima do solo, no sul do Líbano e também em Beirute, desde que ameace os residentes de Israel e não apenas os do norte", declarou o comandante militar, que insistiu na oportunidade de degradar o Hezbollah "de forma organizada".
Israel e Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado diário desde 07 de outubro de 2023, após o ataque do Hamas em solo israelita que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza, levando a que dezenas de milhares de pessoas tenham abandonado as suas casas em ambos os lados da fronteira israelo-libanesa.
Os ataques de Israel contra o Hezbollah intensificaram-se de forma substancial nos últimos dias, após as autoridades militares de Telavive terem anunciado uma deslocação das operações da Faixa de Gaza para o norte do país.
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