"A UE apela às autoridades de Hong Kong para que restaurem a confiança na liberdade de imprensa" neste território e "parem de perseguir jornalistas" em tribunal, afirmou um porta-voz de Bruxelas, citado pela Agência France Presse (AFP).
Um tribunal de Hong Kong condenou hoje um antigo jornalista a 21 meses de prisão por sedição (contestação coletiva de autoridade ou poder estabelecido), enquanto um segundo foi libertado devido a questões de saúde e por ter cumprido prisão preventiva.
O antigo chefe de redação do Stand News, Chung Pui-kuen, e o antigo chefe de redação interino, Patrick Lam, são os primeiros jornalistas condenados ao abrigo de uma lei de sedição desde que a antiga colónia britânica regressou ao domínio chinês em 1997.
Chung foi condenado a 21 meses de prisão, enquanto Lam foi igualmente condenado, mas saiu em liberdade, depois de a sua advogada ter indicado a dificuldade de tratamento da doença rara do seu cliente.
Aquele meio de comunicação foi um dos últimos em Hong Kong a criticar as autoridades, uma vez que Pequim impôs restrições depois dos grandes protestos pró-democracia em 2019.
O encerramento desta publicação ocorreu meses após o desaparecimento do jornal pró-democracia Apple Daily, cujo fundador Jimmy Lai está detido sob acusações de conluio ao abrigo da dura lei de segurança nacional imposta por Pequim em 2020.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos também lamentou a condenação do jornalista e pediu a revogação das disposições relativas à sediação, "que datam da era colonial britânica".
Leia Também: Hong Kong. Condenar jornalistas é "ataque direto" à liberdade de imprensa