No seu primeiro discurso depois da morte de Hassan Nasrallah, na sequência de um bombardeamento israelita perto de Beirute, Naim Kassem afirmou, numa declaração televisiva, que os combatentes do Hezbollah estão prontos para lutar e defender o Líbano, onde o grupo está sedeado, caso Israel decida lançar uma ofensiva terrestre naquele país.
"Enfrentaremos qualquer eventualidade e estamos prontos caso os israelitas decidam entrar no território. As nossas forças de resistência estão prontas para um confronto terrestre", alertou, acrescentando que a organização continuará a sua luta contra Israel "em apoio a Gaza".
Como vice-secretário-geral, Naim Kassem é agora o líder interino do Hezbollah até que o grupo eleja um substituto para Nasrallah, que era considerado o homem mais poderoso do Líbano.
Segundo Kassem, o Hezbollah escolherá um sucessor para liderar a organização política e paramilitar fundamentalista islâmica "assim que tiver oportunidade", mas não especificou nenhuma data nem para a nomeação nem para a realização do funeral do líder da poderosa formação pró-iraniana.
Nasrallah foi morto juntamente com Ali Karaké, comandante da fronteira com Israel no sul do Líbano, com o brigadeiro-general Abbas Nilforoushan, da Guarda Revolucionária iraniana e com dois outros membros do Hezbollah, disse Naim Kassem.
O agora responsável do grupo xiita libanês assegurou ainda que "Israel não foi capaz de afetar as capacidades militares" do Hezbollah, apesar do assassinato dos principais comandantes militares do grupo nos últimos meses.
A situação no Líbano é o tema de uma reunião de emergência que vai decorrer hoje entre os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), convocada pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
A reunião terá início às 16:00 de Lisboa e visa "discutir a resposta da UE à escalada em curso no Líbano", disse um porta-voz do serviço diplomático da União Europeia.
Os 27 estão muito divididos sobre a atitude a adotar em relação aos ataques israelitas em Gaza e no Líbano, permanecendo até agora incapazes de pôr em prática um plano para pôr fim à violência no Médio Oriente.
O exército israelita lançou hoje um ataque aéreo no coração de Beirute, pela primeira vez desde o início da escalada militar entre Israel e o Hezbollah libanês, matando três membros do grupo palestiniano Hamas, incluindo - segundo o exército israelita - o líder do movimento islamista no Líbano.
Desde o início da escalada militar entre Israel e o Hezbollah, em meados de setembro, mais de mil pessoas foram mortas no Líbano, segundo as autoridades libanesas.
[Notícia atualizada às 11h56]
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