Dmitró Lubinets acusou também a Rússia de já ter raptado 19.546 crianças desde o início da guerra.
O provedor, que falava num evento da Coligação Internacional para o Retorno das Crianças Ucranianas, frisou que as crianças "deportadas ou deslocadas à força têm os seus dados pessoais alterados para que as suas famílias e pátria não possam encontrá-las e devolvê-las".
"Os nossos filhos são mesmo enviados para os chamados campos de reeducação, onde são zombificados com propaganda russa", denunciou Lubinets, segundo o discurso publicado na sua conta de Telegram.
O Provedor de Justiça da Ucrânia afirmou que as crianças dos orfanatos de Kherson, no sul do país, foram primeiro transferidas para os territórios ocupados e depois deportadas para a Rússia.
Sublinhou ainda que a Ucrânia está a procurar e a verificar de forma independente o paradeiro das crianças e a localizar os seus familiares.
"O principal problema agora é que a Federação Russa está deliberadamente a abrandar o processo de regresso dos nossos filhos", denunciou.
De acordo com a plataforma "Crianças da Guerra", criada pelo Ministério da Reintegração e pelo Gabinete Nacional de Informação da Ucrânia, desde o início da guerra, 19.546 crianças ucranianas foram deportadas ou deslocadas à força.
Apenas 388 foram devolvidos às suas casas.
Em março de 2023, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de detenção contra o Presidente russo, Vladimir Putin, e a sua Comissária para as Crianças, Maria Lvova-Belova, pelo seu papel na deportação ilegal de crianças ucranianas.
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