"Podemos buscar inspiração em modelos desenvolvidos noutros países, podemos recorrer à experiência de criação de uma comissão de paz e reconciliação", afirmou Nyusi.
O chefe de Estado moçambicano falava por ocasião do Dia da Paz, que celebra hoje em todo o país o Acordo Geral de Paz (AGP), que há 32 anos acabou com 16 anos de guerra civil.
O modelo de paz "precisa de ser aperfeiçoado" e, apesar de o AGP ter resultado em ganhos, o país tem conhecido "incidentes de tensões políticas e militares, sobretudo durante os períodos pós-eleições", reconheceu o Presidente moçambicano.
Filipe Nyusi avançou que a referida comissão de paz e reconciliação iria integrar "atores" que refletissem sobre caminhos de paz, justiça e harmonia.
Classificando a guerra dos 16 anos e que terminou em 04 de outubro de 1992 como "uma das mais sangrentas de que há memória na historia moderna", o chefe de Estado moçambicano assinalou que o acordo que hoje se comemora criou condições para o país entrar no caminho de desenvolvimento e crescimento económico rumo à prosperidade e bem-estar da população.
O acordo foi assinado em Roma pelo então Presidente moçambicano, Joaquim Chissano, e por Afonso Dlhakama, líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), atual principal partido da oposição, tendo sido intermediado pela Igreja Católica.
Segundo dados oficiais, mais de um milhão de pessoas morreram e mais de cinco milhões fugiram das suas terras, devido à guerra civil.
Depois do acordo de paz, o país passou por várias ondas de violência armada, de baixa intensidade e localizada, envolvendo as forças governamentais e o braço armado da Renamo, devido à contestação dos resultados eleitorais pelo principal partido da oposição.
O último entendimento entre as duas partes é o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional e foi assinado em 06 de agosto de 2019.
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