Tribunal decide que vídeos de abusos a Gisèle Pelicot serão públicos

Antes de divulgados haverá um aviso para que as pessoas suscetíveis a imagens sensíveis possam decidir se querem ou não assistir às mesmas

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© Getty images/ Miguel MEDINA / AFP

Notícias ao Minuto
04/10/2024 12:27 ‧ 04/10/2024 por Notícias ao Minuto

Mundo

França

O tribunal Penal de Vaucluse, em França, decidiu que os vídeos dos sucessivos abusos a Gisèle Pelicot passarão a ser divulgados, sempre que necessário, em tribunal, para que todos os vejam.

 

A decisão acontece depois de um juiz ter decidido que estes deixariam de ser exibidos sistematicamente e que passariam a ser vistos à porta fechada.

Uma decisão que ia contra a própria vontade da vítima, que desde o início disse que queria que o caso fosse exposto, em defesa de todas as vitimas de abuso sexual, e para que estas situações não se voltassem a repetir com outras mulheres.

Recorde-se que, na quinta-feira, 19 de setembro, o tribunal divulgou os primeiros vídeos das violações de que foi vítima Gisèle Pelicot. No dia seguinte, o presidente do tribunal penal decidiu que os vídeos deixariam de ser apresentados sistematicamente e que passariam a ser vistos à porta fechada, longe do público e dos jornalistas, com o argumento de que as “imagens são chocantes e indecentes”.

Na manhã desta sexta-feira, após um debate, a  decisão foi alterada. 

"As transmissões não serão sistemáticas, mas apenas nos casos estritamente necessários para estabelecer a verdade (...) estas transmissões serão precedidas de um anúncio para que quaisquer pessoas sensíveis ou menores possam abandonar a sala", fez saber a entidade, citada pela BFMTV.

Recorde-se que o caso em causa julga Dominique Pelicot, marido da vítima, e outros 50 homens, que violaram a mulher, estando ela drogada e inconsciente. O esquema terá sido levado a cabo pelo marido, que convidava estranhos para irem a sua casa e manter relações com a mulher. Durante anos, Gisèle foi vitimas de abusos sexuais, sem saber o que se passava.

Leia Também: Arguidos no caso Pelicot alegam amnésia e que agiram por "medo"

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