O tribunal Penal de Vaucluse, em França, decidiu que os vídeos dos sucessivos abusos a Gisèle Pelicot passarão a ser divulgados, sempre que necessário, em tribunal, para que todos os vejam.
A decisão acontece depois de um juiz ter decidido que estes deixariam de ser exibidos sistematicamente e que passariam a ser vistos à porta fechada.
Uma decisão que ia contra a própria vontade da vítima, que desde o início disse que queria que o caso fosse exposto, em defesa de todas as vitimas de abuso sexual, e para que estas situações não se voltassem a repetir com outras mulheres.
Recorde-se que, na quinta-feira, 19 de setembro, o tribunal divulgou os primeiros vídeos das violações de que foi vítima Gisèle Pelicot. No dia seguinte, o presidente do tribunal penal decidiu que os vídeos deixariam de ser apresentados sistematicamente e que passariam a ser vistos à porta fechada, longe do público e dos jornalistas, com o argumento de que as “imagens são chocantes e indecentes”.
Na manhã desta sexta-feira, após um debate, a decisão foi alterada.
"As transmissões não serão sistemáticas, mas apenas nos casos estritamente necessários para estabelecer a verdade (...) estas transmissões serão precedidas de um anúncio para que quaisquer pessoas sensíveis ou menores possam abandonar a sala", fez saber a entidade, citada pela BFMTV.
Recorde-se que o caso em causa julga Dominique Pelicot, marido da vítima, e outros 50 homens, que violaram a mulher, estando ela drogada e inconsciente. O esquema terá sido levado a cabo pelo marido, que convidava estranhos para irem a sua casa e manter relações com a mulher. Durante anos, Gisèle foi vitimas de abusos sexuais, sem saber o que se passava.
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