"Nenhum Governo ajudou Israel mais do que o meu. Nenhum, nenhum, nenhum. E acho que Bibi deveria lembrar-se disso", afirmou Biden numa conferência de imprensa na Casa Branca, referindo o apelido pelo qual o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu é conhecido em Israel.
Joe Biden afirmou ainda que Israel deveria "considerar outras opções" além de atacar instalações petrolíferas no Irão, depois de admitir na véspera que esta possibilidade estava em "discussões".
"Se eu estivesse no lugar deles, consideraria outras opções além de atacar os campos petrolíferos" no Irão, declarou Biden face a uma possível retaliação ao ataque que Teerão lançou na terça-feira, com recurso a quase 200 mísseis, contra território israelita.
Ainda em relação à resposta de Israel ao Irão, Biden afirmou que a sua equipa está em contacto constante com os seus homólogos israelitas e indicou que, uma vez que Israel tenha considerado as opções para responder ao ataque iraniano, espera que haja um diálogo com Washington, o seu maior aliado internacional.
Biden já havia dito esta semana que não apoiaria um ataque israelita às instalações nucleares do Irão, marcando um limite no que significaria uma escalada ainda maior na região.
Durante a conferência de imprensa, Biden também foi confrontado com os comentários feitos na quinta-feira pelo senador democrata Chris Murphy, que disse que Netanyahu poderia estar a tentar influenciar as eleições de 05 de novembro nos Estados Unidos ao recusar-se a chegar a um acordo de cessar-fogo com o Hamas e a aumentar a tensão no Líbano com o grupo xiita Hezbollah, aliado de Teerão.
Questionado se Netanyahu está a tentar influenciar as eleições presidenciais norte-americanas, agendadas para 05 de novembro, Biden respondeu: "Não sei, mas não conto com isso".
As eleições de 05 de novembro opõem a atual vice-presidente, a democrata Kamala Harris, e o ex-presidente e candidato republicano, Donald Trump.
Kamala Harris demonstrou uma política de apoio a Israel semelhante à de Biden, mas com várias referências ao sofrimento dos civis palestinianos.
Por sua vez, Trump apoia Israel quase incondicionalmente e desde a Casa Branca patrocinou os Acordos de Abraão, que permitiram a reconciliação de Israel com os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos.
Além disso, Trump manteve uma relação muito próxima com Netanyahu, mas desentendeu-se com o líder israelita quando este reconheceu a vitória de Biden nas eleições de 2020, nas quais o republicano alega sem provas que houve fraude.
[Notícia atualizada às 20h51]
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