Washington está a trabalhar num "acordo que liberte os reféns e estabeleça um cessar-fogo", afirmou numa entrevista que o canal norte-americano de televisão CBS irá transmitir na segunda-feira, dia em que se assinala o primeiro aniversário do conflito.
"Não deixaremos de pressionar Israel e a região, incluindo os líderes árabes" para pararem a hostilidades, adiantou Kamala Harris, de acordo com excertos da entrevista ao programa "60 Minutes" hoje divulgados.
Questionada sobre se o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, lhe dará ouvidos, a candidata democrata referiu que a pressão norte-americana provocou "algumas mudanças na região por parte de Israel", mas não especificou quais.
"A verdadeira questão é: temos uma aliança importante entre o povo americano e o povo israelita? A resposta a esta pergunta é sim", acrescentou.
Referindo-se ao ataque do Irão a Israel na passada terça-feira, Kamala Harris sublinhou "o imperativo de fazer tudo o que for possível para permitir que Israel se defenda contra esse tipo de ataques".
O Irão disparou quase 200 mísseis contra Israel na passada terça-feira, a maioria dos quais foi intercetada com a ajuda de vários países, incluindo dos Estados Unidos.
Israel, que prossegue uma intensa campanha de bombardeamentos contra o grupo paramilitar xiita libanês Hezbollah, prometeu retaliar, aumentando o receio de uma conflagração regional.
No sábado, centenas de pessoas reuniram-se em frente da Casa Branca para pedir o fim da guerra em Gaza e para protestar contra a ajuda enviada pelos Estados Unidos a Israel, que tornou o país "cúmplice de um genocídio".
"Estamos perante a Casa Branca depois de um ano de genocídio contra os palestinianos. Um ano de massacres, bombardeamentos, matança de bebés, sob cumplicidade e silêncio internacionais e com os Estados Unidos a financiar um massacre absoluto", disse um dos porta-vozes do protesto, organizado por grupos como o Movimento da Juventude Palestiniana e o Comité Árabe-Americano Anti-Discriminação (ADC).
Com gritos de "Palestina Livre", os manifestantes apelaram ao fim da guerra, dias antes de se assinalar um ano dos ataques do Hamas a Israel e a subsequente ofensiva israelita em Gaza, que já provocou mais de 41.000 mortos.
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