Macron defende cessar-fogo apesar de exprimir solidariedade a Israel

O presidente francês, Emmanuel Macron, reafirmou hoje ao primeiro-ministro israelita "o compromisso indefetível" da França com a segurança de Israel, mas insistiu na urgência de um cessar-fogo em Gaza e no Líbano, anunciou o Eliseu.

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© Pierre Suu/Getty Images

Lusa
06/10/2024 19:26 ‧ 06/10/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Esta posição foi manifestada numa conversa telefónica com Benjamin Netanyahu, na véspera do primeiro aniversário "da ofensiva terrorista do Hamas contra Israel" e Macron "manifestou a solidariedade do povo francês com o povo israelita", indicou a presidência francesa.

 

Macron expressou também "a sua convicção de que chegou a hora de um cessar-fogo".

As declarações surgem um dia depois de Macron ter defendido que deve parar o fornecimento a Israel de armas que possam ser usadas na guerra em Gaza, o que suscitou a ira de Netanyahu.

"Enquanto Israel luta contra as forças da barbárie lideradas pelo Irão, todos os países civilizados devem apoiar Israel com firmeza. No entanto, o presidente Macron e outros líderes ocidentais estão agora a pedir embargos de armas a Israel. Deviam ter vergonha", reagiu Benjamin Netanyahu no sábado.

Hoje, os dois dirigentes falaram da "situação no Médio Oriente com toda a franqueza e respeito pela amizade entre a França e Israel", segundo o Eliseu.

"O presidente da república reafirmou ao primeiro-ministro israelita que o compromisso da França com a segurança de Israel é indefetível e lembrou que foram mobilizados meios militares franceses para a sua defesa quando foi atacado pelo Irão nos últimos meses", sublinhou a presidência francesa.

"As entregas de armas, o prolongamento da guerra em Gaza e a sua extensão ao Líbano não podem produzir a segurança esperada pelos israelitas e por todos na região", insistiu também a presidência.

Por sua vez, o gabinete de Netanyahu indicou que este disse a Macron que espera apoio da França e "não restrições".

"Espera-se que os amigos de Israel o apoiem e não imponham restrições que apenas vão reforçar o eixo do mal iraniano", declarou Netanyahu no telefonema, apresentando a ofensiva israelita no Líbano contra o Hezbollah, aliado do Irão, como "uma oportunidade para mudar a realidade" no país vizinho, "a favor da estabilidade, da segurança e da paz em toda a região", informou o gabinete.

Leia Também: Guterres 'persona non grata'? "Todos os líderes deviam ser indesejáveis"

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