Quanto vale uma indemnização de uma negligência num parto, que resulta numa incapacidade de 100%? Para o 44.º Tribunal de Primeira Instância de Madrid são 11 milhões de euros.
Tudo aconteceu na manhã de 23 de setembro de 2016, quando uma sucessão de negligências fez com que um parto que tinha começado bem acabasse por ter um “resultado desastroso”, indica a sentença que condenou a ginecologista Amparo Sanroma e a seguradora médica privada Allianz.
A causa foi uma “gravíssima hipoxia intraparto” - falta de oxigénio no organismo - que provocou a Chloe várias sequelas.
A menina não pode andar nem mover nenhum dos seus quatro membros, não pode engolir nem ajudar-se a si própria em qualquer função quotidiana básica e sofre um atraso maturacional muito grave.
"Como é que isto pode ter acontecido?", pergunta o advogado da família Rafael Martín Bueno. "Não se tratava de um parto em que surgem complicações e o pessoal de saúde não é capaz de as resolver. É o contrário. Estava tudo bem. Se não tivessem feito nada, a Chloe teria nascido saudável. São as decisões da parteira e do ginecologista, que nem sequer está no hospital até ao último momento, que causam todas as complicações”, lamenta o advogado da família.
A Allianz expressou, por escrito ao El País, as “mais profundas condolências e apoio à família pelas consequências e dor causadas”. O seguro também “reafirmou o compromisso com todas as suas obrigações enquanto seguradora”, pagando a maior parte da indemnização. O restante corresponde ao seguro do ginecologista, W.R. Berkley España.
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