A sub-porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh, adiantou em conferência de imprensa que a visita tinha sido adiada, mas ainda não existe uma nova data.
Gallant, de acordo com o jornal The Jersualem Post, tinha previsto viajar esta noite até à capital dos Estados Unidos para reunir-se com o seu homólogo, Lloyd Austin, na quarta-feira.
A responsável sublinhou que a relação entre ambos os representantes da Defesa é boa, referiu ter falado "umas 80 vezes" e adiantou que Austin está "desejoso" de receber Gallant brevemente.
Na segunda-feira cumpriu-se o primeiro aniversário do ataque do grupo islamista palestiniano Hamas contra Israel, no decurso do qual morreram 1.200 pessoas e 251 foram sequestradas, havendo ainda 100 que permanecem reféns.
Israel iniciou uma resposta ofensiva militar contra a Faixa de Gaza, que provocou 41.900 mortos, tendo a guerra alastrado até ao Líbano, onde Israel tem intensificado os bombardeamentos com o objetivo de debilitar o grupo xiita Hezbollah, aliado de Teerão, e que perdeu o seu líder histórico, Hassan Nasrallah, nos bombardeamentos em setembro.
O presidente americano, Joe Biden, não telefonou a Netanyahu na segunda-feira -- telefonou ao presidente israelita Isaac Herzog -, não falando com o primeiro-ministro israelita desde 21 de agosto, com quem mantém uma relação cada vez mais tensa na sequência das tentativas falhadas dos Estados Unidos para alcançar um acordo entre Israel e o Hamas, que permita um cessar-fogo em Gaza e libertar os reféns.
"Pode ter-se conversações diretas com os amigos. Nem sempre se vai estar de acordo em tudo, mas isso não significa que existam tensões", disse Singh.
A sub-porta-voz do Pentágono apontou que a visita de Gallant foi programada pelas autoridades israelitas e destacou que ainda que os encontros em pessoa permitam aprofundar a relação, não há nada que não possa ser discutido por telefone.
O 'The Jerusalem Post', que cita fontes anónimas, sublinhou que Netanyahu "provavelmente" cancelou a viagem do seu ministro "para evitar que Gallant conseguisse algum crédito por solidificar uma estratégia conjunta entre os Estados Unidos e Israel sobre o Irão".
A relação entre o primeiro-ministro e Gallant, segundo refere o diário israelita, deteriorou-se desde que em março do ano passado o ministro da Defesa alertou que as reformas judiciais do Governo eram "uma ameaça para a segurança nacional".
O Pentágono recusou ingerências na política israelita, deixando nas mãos do executivo do país a explicação para o cancelamento da visita e reiterou que Austin ficará muito feliz por falar com Gallant se o encontro chegar a acontecer.
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