"As provocações de Lai, que procura a 'independência', estão a causar problemas para a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan e conduzirão a um desastre para o povo de Taiwan", disse o Gabinete de Assuntos de Taiwan do Governo chinês.
Lai comprometeu-se hoje a "resistir à anexação" da ilha, que a República Popular da China reivindica como parte do seu território e ameaça tomar pela força, se Taiwan declarar a independência.
"A nossa determinação em defender a nossa soberania nacional mantém-se inalterada", tal como "os nossos esforços para manter o 'status quo' de paz e estabilidade no Estreito de Taiwan", disse Lai nas celebrações do Dia Nacional.
Nos últimos dias, as ruas de Taipé e de várias cidades da ilha encheram-se de bandeiras para celebrar o Dia Nacional da República da China, o nome oficial de Taiwan.
O Dia Nacional comemora o início da Revolução Xinhai, em 10 de outubro de 1911, que terminou com o derrube da última dinastia imperial e a criação da República da China.
Depois da vitória das tropas comunistas na guerra civil chinesa (1927-1949), Mao Zedong proclamou a República Popular da China em 01 de outubro de 1949.
A proclamação do líder comunista levou o governo da República da China, então liderado pelo nacionalista Chiang Kai-shek, a retirar-se definitivamente para Taiwan em dezembro do mesmo ano.
Desde então, Taiwan tem sido governada autonomamente, embora o seu estatuto internacional tenha sido consideravelmente reduzido nos últimos anos devido à pressão diplomática de Pequim, que reivindica a soberania sobre a ilha.
Pequim, que descreve Lai como um separatista, condenou hoje a "opinião teimosa" do Presidente de Taiwan.
Lai "expôs a sua opinião obstinada sobre a independência de Taiwan", afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, numa conferência de imprensa.
Mao acusou Lai de ter a "intenção sinistra de aumentar as tensões no Estreito de Taiwan devido a interesses políticos pessoais", que não especificou.
"Taiwan nunca foi um país e nunca poderá vir a sê-lo e 'por isso não tem a chamada 'soberania'", insistiu, citada pela agência francesa AFP.
Pequim intensificou a pressão militar e política sobre Taiwan nos últimos anos. E advertiu várias vezes de que não abdicará de recorrer à força para recuperar o controlo do território.
Vinte e sete aviões militares chineses e nove navios da Marinha chinesa foram identificados em redor da ilha nas últimas 24 horas, entre quarta-feira e hoje, disse o Ministério da Defesa de Taiwan.
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