"O facto de o Prémio Nobel da Paz ter sido atribuído a esta organização, que trabalhou durante muitos anos para a abolição das armas nucleares, é extremamente significativo", declarou Ishiba à imprensa, segundo a agência francesa AFP.
O Comité Nobel norueguês atribuiu hoje o Prémio Nobel da Paz à Nihon Hidankyo, uma organização formada por sobreviventes às radiações atómicas (conhecidos por 'hibakusha') das bombas lançadas há 79 anos pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki.
A organização "recebe o prémio da paz pelos seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar, através de testemunhos, que as armas nucleares nunca mais devem ser utilizadas", justificou o presidente do comité, Jorgen Watne Frydnes.
Fundada em 10 de agosto de 1956, a Nihon Hidankyo defende "a assinatura de um acordo internacional para a proibição total e a eliminação das armas nucleares", segundo a página da organização na Internet.
O presidente da câmara de Hiroshima, Kazumi Matsui, reagiu à decisão anunciada em Oslo referindo que as armas nucleares representam "o mal absoluto" e lembrou que os que sobreviveram às radiações estão a desaparecer.
"Os 'hibakusha' estão a envelhecer rapidamente e há cada vez menos pessoas capazes de testemunhar a inutilidade das bombas atómicas, o seu mal absoluto", declarou Matsui aos meios de comunicação social japoneses.
Um dos líderes da organização galardoada, Toshiyuki Mimaki, disse que "gostaria de ver a abolição das armas nucleares" e lembrou as ameaças atuais com os conflitos na Ucrânia e no Médio Oriente.
Trançando um paralelo, Mimaki disse que situação em Gaza é "como a do Japão há 80 anos", devastado pelas bombas no final da Segunda Guerra Mundial, referindo-se às imagens das "crianças a sangrar" do território palestiniano.
O Prémio Nobel, que consiste num diploma, numa medalha de ouro e num cheque de 11 milhões de coroas suecas (cerca de 970 mil euros), será entregue formalmente em 10 de dezembro, em Oslo.
Em 2023, o comité norueguês atribuiu o Prémio Nobel da Paz à ativista iraniana Narges Mohammadi, presa no Irão, pela sua luta contra o uso obrigatório do véu pelas mulheres e a pena de morte.
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