MED9 pede contenção a todas as partes e condena ataques à FINUL

O MED9, grupo de nove países do sul da União Europeia, que Portugal integra, pediu hoje "contenção" a todos os intervenientes no conflito no Médio Oriente e condenou ataques à força de paz da ONU no sul do Líbano (FINUL).

Notícia

© HOMAS SAMSON/AFP via Getty Images

Lusa
11/10/2024 19:20 ‧ 11/10/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"A situação que se desenrola no Médio Oriente é gravemente alarmante. Tendo em conta as repercussões do conflito de Gaza em toda a região, manifestamos a nossa extrema preocupação com a escalada do confronto militar entre Israel e o Hezbollah", lê-se na declaração conjunta hoje adotada na XI Cimeira de líderes do MED9 realizada em Pafos, Chipre, na qual Portugal se fez representar pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

 

Apelando a "um cessar-fogo imediato em toda a Linha Azul" (a demarcação de fronteiras entre o Líbano e Israel estabelecida pela ONU) e à "prestação atempada de ajuda humanitária no Líbano", os Estados-membros da UE que formam o MED9 (Croácia, Chipre, Eslovénia, Espanha, França, Grécia, Itália, Malta e Portugal) defendem que "a soberania de Israel e do Líbano tem de ser preservada e garantida, e quaisquer operações que a violem têm de cessar".

Advertindo que "qualquer nova intervenção militar agravaria dramaticamente a situação", o MED9 reafirma o seu "empenhamento na plena aplicação da Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas", que colocou um fim a um conflito entre Israel e o Hezbollah em 2006, e que prevê que apenas as forças de manutenção da paz da ONU e o exército libanês podem ser destacados para o sul do Líbano.

Os líderes do grupo informal de países do sul da UE deixam um apelo "a todos os intervenientes para que deem provas de contenção e se empenhem em esforços de mediação para desanuviar as tensões", sublinhando que continuarão a "defender um maior apoio ao Líbano e ao seu povo, nomeadamente às Forças Armadas libanesas, que são chamadas a desempenhar um papel estabilizador fundamental".

"Apoiamos igualmente o papel fundamental de estabilização da FINUL no sul do Líbano. Condenamos o ataque contra a FINUL e recordamos que todas as forças de manutenção da paz devem ser protegidas", lê-se então na declaração.

O exército israelita admitiu hoje que as suas tropas atingiram, por engano, bases da missão de manutenção da paz da ONU no Líbano em confrontos com o Hezbollah, tendo resultados feridos entre quinta-feira e hoje quatro 'capacetes azuis'.

Assinalando que "a atual escalada agrava ainda mais a crise dos refugiados no Líbano", os nove países da bacia mediterrânica também reafirmam "a necessidade de criar condições para um regresso seguro, voluntário e digno dos refugiados sírios, tal como definido pelo ACNUR, a agência da ONU para os Refugiados.

A terminar o 'capítulo' dedicado ao alastramento do conflito no Médio Oriente, que dominou esta cimeira em Pafos, os líderes do MED9, numa outra mensagem de apoio às Nações Unidas, dizem congratular-se com "os esforços do secretário-geral da ONU [António Guterres] na busca de uma paz duradoura e na proteção dos civis na região", garantindo que, pela sua parte, envidarão "todos os esforços para relançar o processo político" com vista a uma "solução de dois Estados, em que o Estado de Israel e um Estado da Palestina independente, democrático, contíguo, soberano e viável vivam lado a lado em paz, segurança e reconhecimento mútuo".

Estabelecido em 2013, e com cimeiras regulares desde 2016,o MED9 anunciou hoje que as próximas duas cimeiras realizar-se-ão nos dois mais recentes Estados-membros a juntarem-se ao grupo informal, Eslovénia e Croácia, que aderiram à aliança de Estados-membros da bacia mediterrânica em 2021 e que acolherão as reuniões de líderes em 2025 e 2026, respetivamente.

Leia Também: Paris convoca embaixador de Israel por disparos contra forças da ONU no Líbano

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas