O ex-presidente da Rússia e vice-presidente do Conselho de Segurança do país, Dmitry Medvedev, reagiu, esta sexta-feira, às declarações do republicano Mike Johnson, líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, que afirmou que, se Donald Trump ganhar as presidenciais, irá ligar ao presidente russo, Vladimir Putin, para dizer que o conflito na Ucrânia "já chega".
"'Se o Presidente Trump ganhar, acredito que pode efetivamente pôr fim a esse conflito. Acredito mesmo. Acho que ele vai telefonar a Putin e dizer-lhe que já chega', disse o Presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Mike Johnson", começou por referir Medvedev na sua página em inglês na rede social X.
No entanto, Medvedev deixou no ar um 'e se': "E se Putin disser: 'Ainda não. A Ucrânia tem de capitular. E nada de entrar para a NATO'", escreveu.
"If President Trump wins, I believe that he actually can bring that conflict to a close. I really do. I think he’ll call Putin and tell him that this is enough”, said US House Speaker Mike Johnson.
— Dmitry Medvedev (@MedvedevRussiaE) October 11, 2024
And what if Putin says: “Not yet. Ukraine must capitulate. And no joining NATO.”
Sublinhe-se que Trump tem referido em várias ocasiões que a invasão russa da Ucrânia não teria acontecido se ainda fosse presidente dos Estados Unidos. O republicano, candidato à Casa Branca, chegou mesmo a dizer que era capaz de resolver o conflito "em 24 horas".
No final de setembro, durante um encontro com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o ex-presidente norte-americano prometeu "resolver" a guerra. "Esta guerra nunca deveria ter acontecido, mas vamos resolvê-la", garantiu.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
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