"Condenamos veementemente os recentes ataques a capacetes azuis da UNIFIL. Tais ações devem ser paradas de imediato e investigadas de maneira adequada", lê-se numa posição conjunta publicada na conta oficial da Missão Permanente da Polónia nas Nações Unidas, na rede social X (ex-Twitter).
A posição foi subscrita por 34 dos 50 países que contribuem com tropas para a UNIFIL: Arménia, Áustria, Bangladesh, Brasil, Camboja, Cazaquistão, China, Chipre, Coreia do Sul, El Salvador, Espanha, Estónia, Fiji, Finlândia, França, Gana, Guatemala, Hungria, Indonésia, Irlanda, Itália, Letónia, Malásia, Malta, Mongólia, Nepal, Países Baixos, Polónia, Qatar, Reino Unido, Serra Leoa, Sri Lanka, Tanzânia e Turquia.
No comunicado, os países sublinham o papel da UNIFIL, "particularmente crucial à luz da escalada da situação na região", e reafirmam o seu apoio à missão daquela força.
"Apelamos às partes do conflito para que respeitem a presença da UNIFIL, que implica a obrigação de garantir a segurança e proteção do seu pessoal a todo o momento, para que possam continuar o seu mandato e o seu trabalho de mediação e apoio para a paz e estabilidade no Líbano e em toda a região", lê-se.
Dois capacetes azuis indonésios e dois cingaleses foram feridos nos ataques, que o Exército israelita diz terem sido acidentes em confrontos com o movimento xiita libanês Hezbollah, que está, segundo Israel, a usar as tropas da ONU como escudos humanos.
O porta-voz da UNIFIL alertou hoje para a possibilidade de se registar, muito em breve, um "conflito regional com impacto catastrófico" para todos os países envolvidos.
A força de paz da ONU anunciou que um dos seus capacetes azuis foi hoje atingido a tiro no quartel-general em Naqoura, no sul do Líbano, elevando para cinco o número de soldados feridos em incidentes ocorridos em três dias atribuídos a Israel.
Apesar dos incidentes, a UNIFIL recusou retirar-se do sul do Líbano, como solicitado pelo exército israelita.
As forças de manutenção da paz estão no Líbano de acordo com a resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que pôs fim à guerra de 2006 entre o Líbano e Israel.
Há três semanas que Israel realiza uma intensa campanha de bombardeamentos contra o sul e leste do Líbano, bem como contra Beirute, que causou a morte da maior parte das mais de 2.200 pessoas que perderam a vida no Líbano desde outubro de 2023.
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