Após um ataque de drone do Hezbollah a uma base militar israelita, quatro militares foram mortos e 60 ficaram feridos. Até ao momento, é considerado o ataque mais mortífero do grupo terrorista depois de, há cerca de duas semanas, as Forças de Defesa de Israel (FDI) terem lançado uma operação terrestre no Líbano.
O Hezbollah afirmou que foi uma retaliação aos ataques israelitas a Beirute, de quinta-feira passada, onde 22 pessoas foram mortas.
O ataque aconteceu no mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, anunciou o envio de um sistema de defesa antimíssil a Israel, assim como o envio de mais de 100 militares. Esta ajuda norte-americana vem assim aprofundar o envolvimento dos EUA nesta guerra.
Os Estados Unidos alinham, assim, num cenário de guerra que parece descontrolado, com as forças israelitas a atacar, inclusive, uma base da ONU no Líbano, uma ação que o primeiro-ministro de Israel rapidamente reverteu, não sem deixar um aviso.
Benjamin Netanyahu pediu ao secretário-geral da ONU, António Guterres, no domingo, que retirasse, de imediato, os militares das áreas onde Israel luta contra o Hezbollah, no sul do Líbano. O primeiro-ministro israelita afirmou que o grupo terrorista está a usar os capacetes azuis como “escudos humanos”.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, por seu turno, lembrou que ataques contra 'capacetes azuis' podem constituir um crime de guerra.
"O secretário-geral reitera que o pessoal da Força Interina das Nações Unidas no Líbano [UNIFIL, na sigla em inglês] e as suas instalações nunca devem ser atacadas. Os ataques contra forças de manutenção de paz constituem uma violação da lei internacional, incluindo a lei internacional humanitária. Podem constituir um crime de guerra", pode ler-se num comunicado do porta-voz de Guterres na Organização das Nações Unidas (ONU), Stéphane Dujarric.
As declarações de Netanyahu surgem depois das Nações Unidas terem confirmado que a sua base no Líbano foi atacada por dois tanques israelitas, na sexta-feira passada. Num comunicado, as FDI disseram que os seus soldados “identificaram uma ameaça imediata contra eles”, respondendo com “fogo contra a ameaça”. 15 militares da ONU ficaram feridos.
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